CPI da Covid mira Bolsonaro e outros políticos
A CPI da Covid votou, nesta terça-feira (26), o relatório final da comissão e solicitou o afastamento do presidente Jair Bolsonaro de todas as redes sociais. A ideia ganhou relevância após declarações equivocadas do presidente Bolsonaro sobre a relação entre vacina e o vírus HIV.
Além disso, a CPI ainda colocou mais indiciados no relatório final.
Entenda o caso da live
Na quinta-feira, 21 de outubro, o presidente Bolsonaro utilizou de um estudo inverídico para afirmar que as vacinas da Covid estavam causando aumento de contaminação pelo vírus HIV.
Segundo ele falou na live, pessoas “vacinadas estão desenvolvendo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida”. Além disso, o presidente disse que a revista Exame veiculou a notícia. Contudo, os fatos não foram bem assim.
Isso porque a matéria da Exame é de outubro de 2020 e, no primeiro parágrafo, a matéria disse, especificamente, que “a pessoa precisa ser exposta ao vírus“. Além disso, à época da matéria, o mundo ainda tinha poucas vacinas aplicadas e as incertezas sobre os efeitos colaterais era maior. O site atualizou a reportagem para destacar a data da notícia.
Além disso, o portal do G1 confirmou que Bolsonaro segurava uma matéria de um jornal do Reino Unido. Por lá, o site é conhecido por veicular informações falsas. Com isso, mais um caso de notícias falsas veiculadas pelo presidente já foram vistos. Isso porque na Assembleia Geral da ONU Bolsonaro falou diversas inverdades do país.
E na CPI da Covid?
Diante disso, a CPI da Covid pediu que a redes sociais afastem as contas de Bolsonaro, de modo a conter a veiculação de notícias falsas. Com o pedido da CPI, a Advocacia-Geral do Senado deve acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Com o amplo ruído causado pela fala, o Facebook retirou a live de Bolsonaro do ar. Segundo a empresa, as informações prestadas ferem as diretrizes de informação e, por isso, o site remove do ar esses conteúdos. Além disso, YouTube e Instagram também removeram a live.
Por outro lado, a CPI ainda indiciou mais pessoas no relatório final. Dentre as figuras mais importantes estão o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) e o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS). O caso do senador é o mais curioso. A CPI indiciou o senador após ele ler o seu voto individualmente.
No voto, ele defendeu o presidente Jair Bolsonaro, como faz há algum tempo. Além disso, ele defendeu o tratamento precoce e atacou a CPI da Covid. Segundo Renan Calheiros, relator da CPI, o senador foi indiciado “pela maneira como, apesar das advertências, o senador Heinze reincidiu aqui todos os dias, apresentando estudos falsos, logo negados pela ciência, e pela maneira como incitou o crime em todos os momentos, eu queria nesta última sessão, dar um presente a vossa excelência. Vossa excelência será o 81º primeiro indiciado dessa CPI”.
Com isso, a CPI vai de 68 para 81 indiciados e o relatório final ainda está em voto. Apesar disso, é preciso que processos cabíveis se abram nas esferas do judiciário para que, após isso, os supostos crimes sejam julgados.