Começa amanhã, 7, a reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) que definirá a taxa de juros do final desse ano e, por consequência, do início de 2022. O mercado espera um aumento de 1,5 ponto percentual, o que fecharia a Selic a 9,25% ao ano. Contudo, economistas não descartam aumentos maiores, dado que a inflação ficou acima do esperado.
A reunião vem em um momento em que o mercado financeiro aumenta, pela trigésima quinta (35ª) semana seguida as expectativas para a inflação do Brasil. Ainda segundo o Boletim Focus, o PIB deve fechar em 4,71% de alta, a oitava queda consecutiva.
Porque a reunião é importante?
A reunião do COPOM é fundamental para o mercado saber como se comportará em 2022. Até agora, economistas preveem que o Brasil terá um crescimento próximo a zero e, por isso, a taxa de juros maior pode trazer ainda mais para baixo essas expectativas. Não seria surpresa se as expectativas viesse com um PIB negativo em 2022, afirmam analistas.
Isso porque com o aumento das taxas de juros, os empréstimos, financiamentos, juros rotativos do cartão de crédito e o cheque especial ficam mais caros. Esse serviços com taxas maiores fazem com que a população gaste menos, o que, em tese, diminui a inflação. Contudo, com as pessoas gastando menos, é esperado que o cenário de desemprego suba, o que também não é bom para a economia. Por isso, a dose aplicada pelo COPOM será fundamental para definir as novas métricas. Vale lembrar que as atuais expectativas estão pautadas em um aumento de 1,5 ponto percentual. Caso suba mais, o mercado deve baixar ainda mais a prévia do PIB de 2022.
Por outro lado, para os investidores, um aumento maior na taxa de juros pode fazer com que a bolsa caia ainda mais no curto prazo. Com a renda fixa rendendo mais e com maior segurança, investidores maiores tendem a ir para o crédito privado e para o Tesouro Direto, fazendo com que as cotações das ações caiam.
O COPOM contra o Governo
A reunião do COPOM vem em um momento em que o Governo Federal, através do ministro Paulo Guedes, afirma que o Brasil vai crescer e chamou de “conversa fiada” os rumores de que o país não crescerá em 2022. Além disso, a alta dos preços parece não afetar as métricas do alto escalão do governo.
Isso porque o IPCA em 12 meses já ultrapassa dos 10%. Essa medida afeta o reajuste do salário mínimo para o ano que vem, além de reajustar o teto de gastos, que define o quanto o governo pode gastar. Com esses dois aumentos, há a expectativa de que a inflação para 2022 também venha acima das atuais expectativas. Ainda, vale lembrar que é um ano eleitoral, onde historicamente, os governos gastam mais.
A reunião do COPOM será amanhã, 7, e na quarta-feira, 8. O anúncio deve ser feito ao mercado no final do pregão da quarta-feira. A partir daí, as diferentes gestoras devem começar a lançar notas com suas expectativas.
