A COP26 tem se mostrado mais eficiente que o esperando no quesito de tomada de decisões importantes para o mundo. Mais de 100 países, incluindo o Brasil, fecharam um acordo para acabar com o desmatamento até 2030.
Apesar da importante medida, analistas afirmam que a implementação dessas medidas no Brasil exigirá grandes esforços. Um fundo bilionário também foi criado.
O acordo histórico na COP26
O acordo de mais de 100 países contra o desmatamento é uma das maiores contribuições da COP26 ao mundo. Com ele, os países que mais desmatam no planeta se comprometerem a reverter esse quadro. Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, chamou o acordo de “histórico”.
O desmatamento é um dos principais fatores da diminuição da retenção do CO2 atmosférico. Além disso, queimadas impulsionam o efeito estufa na medida em que colocam gases adicionais na atmosfera. Diante disso, Boris Johnson afirmou que “proteger nossas florestas não é apenas o caminho de ação certo para enfrentar as mudanças climáticas, mas o caminho certo para um futuro próspero para todos nós”. Como a maior parte das florestas está em países em desenvolvimento, o acordo também prevê medidas de equilíbrio global. Além disso, o acordo é inédito porque engloba os países responsáveis por 85% das florestas do mundo.
A principal medida adotada é a criação de um fundo de US$20 bilhões para ajudar os países mais pobres na caminhada rumo a uma economia mais verde. O valor virá da iniciativa pública, em parceria com empresas provadas, com destaque especial à contribuição de US$2 bilhões da Bezos Earth Fund, do bilionário Jeff Bezos, dono da Amazon. Historicamente, os custos de implementação dessas políticas, nesses países, é mais elevado.
No ano passado, segundo a ONG Global Forest Watch, o desmatamento subiu 12% no mundo, ao passo que a economia ficou estagnada por causa da pandemia. Com isso, quebra-se o discurso de que é necessário desmatar para desenvolver a economia. No caso do Brasil, o PIB caiu mais de 4% no ano passado, enquanto o desmatamento subiu 9,5%. Os fatores mais relevantes foram o desmatamento da Amazônia e do Cerrado.
A função da cúpula está mantida?
Com essa decisão, espera-se que a COP26 traga resultados concretos. Isso porque, desde o Acordo de Paris, em 2015, muitos países falharam em suas metas, o que preocupou ambientalistas do mundo todo. Esse acordo é um claro sinal de que os esforços mundiais estão voltando.
Por isso, a inclusão de países de todos os continentes e de diferentes economias é uma forte arma para uma corrida global. Países bem diferentes, como Colômbia, Reino Unido, China, Indonésia e República Democrática do Congo, mostram que a união de esforços pode dar resultados.
Com isso, o objetivo de manter o aquecimento do planeta em 1,5°C, conforme o acordo de 2015, segue em pauta e agora o mercado vê ainda mais confiança nas políticas adotadas. Além disso, os esforços para retomar áreas devastadas mostram que os países estão cientes de que a fauna e a flora são importantes para o planeta também.
