Brasil vai ficar mais rico nos próximos anos, aponta estudo suíço

No mundo, o Brasil é uma das economias emergentes, fato validado pela sua participação no BRICS, por exemplo. Mas os estudos apontam que o país também será um dos impulsionadores da economia global nos próximos anos. Na terça-feira (15), o Credit Suisse e o UBS divulgaram um estudo que aponta para um aumento de 38% na “riqueza global” até 2027, considerando uma avaliação de ativos pessoais que vão desde propriedades até ações.

Esse relatório anual estima o poder econômico de adultos em 200 mercados, projetando que a “riqueza mundial” atingirá a marca de US$ 629 trilhões nos próximos cinco anos, com a maior parte do impulso vindo de “mercados emergentes”.

Apesar do ano de 2022 ter testemunhado a primeira queda no “valor líquido global em posse das famílias” desde a crise financeira global de 2008, essa perspectiva otimista permanece. O “valor líquido privado” diminuiu em 2,4% no ano passado, com a maior perda concentrada em regiões mais prósperas, tais como a América do Norte e a Europa.

Crescimento da riqueza global inclui o Brasil dentre os principais

Os maiores aumentos foram observados no Brasil, Rússia, México e Índia, enquanto o relatório projeta que a “riqueza nas economias emergentes”, incluindo os países do Brics, irá crescer cerca de 30% até 2027.

Esse aumento nas “economias emergentes” é visto como um fator que contribuirá para a “redução na desigualdade global” nos próximos anos.

No que diz respeito às quedas, o ano passado trouxe declínios nos “ativos financeiros”, diferentemente dos “ativos não financeiros”, como propriedades, que demonstraram resiliência.

Analisando individualmente, isso resultou em uma situação mais desfavorável de aproximadamente US$ 3.198 (R$ 15,9 mil) por adulto no final do ano passado. No entanto, o relatório esclarece que a “média global” é um indicador mais significativo do bem-estar típico, na realidade aumentando 3% em 2022, contrastando com a queda de 3,6% na “riqueza por adulto”.

Esse aumento na média ocorreu predominantemente devido ao rápido crescimento da China, tendo se elevado cinco vezes neste século.

Transformações no cenário global e a importância dos mercados emergentes, como o do Brasil

A análise do estudo publicado pelo Credit Suisse e UBS oferece insights valiosos sobre as complexidades do cenário econômico global e como ele evolui ao longo do tempo. O aumento projetado de 38% na “riqueza global” até 2027 reflete uma dinâmica interligada entre diversas variáveis econômicas, como crescimento econômico, desenvolvimento de mercados emergentes e mudanças na distribuição de ativos.

O destaque dado aos “mercados emergentes” como um impulsionador significativo desse crescimento não é surpreendente, uma vez que essas regiões muitas vezes possuem um maior potencial de crescimento e oportunidades de investimento. O Brasil, Rússia, México e Índia emergem como exemplos notáveis de países que estão experimentando ganhos substanciais em suas “riquezas”. Esses avanços, no entanto, também levantam questões sobre a sustentabilidade e o impacto social dessas mudanças, bem como a capacidade de gerar uma “redução na desigualdade global”.

A análise do relatório também destaca a natureza complexa da “riqueza líquida” e as diferentes categorias de ativos que a compõem. Enquanto “ativos financeiros” podem ter sofrido quedas no valor, “ativos não financeiros”, como propriedades, permaneceram resilientes. Isso sublinha a importância de diversificar a composição da riqueza pessoal para mitigar riscos e aproveitar as oportunidades em diferentes setores.

No entanto, é crucial não apenas examinar a média global, mas também considerar como esses números se traduzem nas vidas das pessoas comuns. A discrepância entre o “valor líquido privado” e a “média global” ressalta que as mudanças econômicas nem sempre são distribuídas uniformemente. Isso chama a atenção para a necessidade de políticas econômicas inclusivas e abordagens que considerem a população em geral, a fim de garantir que o crescimento econômico beneficie todas as camadas da sociedade.

Mercados financeiros e a interconexão global

A ascensão de economias emergentes e o aumento geral da “riqueza global” também destacam a importância do papel desempenhado pelos mercados financeiros e a interconexão global. Essa expansão da riqueza está frequentemente associada ao sucesso dos mercados de capitais e ao investimento em diferentes classes de ativos. No entanto, essa interdependência também ressalta a necessidade de regulamentações e políticas que garantam a estabilidade e a responsabilidade financeira.

É vital lembrar que a “riqueza global” não é apenas uma métrica econômica, mas está intrinsecamente ligada a questões sociais, políticas e de qualidade de vida. A crescente “riqueza global” pode ter o potencial de impulsionar o desenvolvimento de nações e melhorar a qualidade de vida das pessoas. No entanto, também pode acentuar desigualdades e desafios, especialmente se não for acompanhada por políticas equitativas e sustentáveis.

Em última análise, o estudo sobre a “riqueza global” oferece uma visão abrangente das complexas dinâmicas econômicas que moldam nosso mundo. O crescimento projetado ressalta o potencial de mercados emergentes e a importância de uma abordagem diversificada para investimentos. No entanto, ele também nos lembra da necessidade de considerar as implicações sociais e políticas desse crescimento, buscando maneiras de alcançar um crescimento econômico mais inclusivo e sustentável para todos.

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