Banco Central da Rússia quer proibir criptomoedas no país

A impopularidade das criptomoedas tem mais um capítulo de sua história. Agora, o Banco Central da Rússia quer proibir a mineração e a comercialização dos ativos em todo o país. Apesar disso, os russos são a terceira maior potência em mineração de critpoativos do mundo.

Segundo autoridades do país, as moedas digitais possuem todas as características de uma pirâmide e têm a possibilidade de desestabilizar o sistema econômico do país. A Rússia não é a única a ver o bitcoin e as altcoins como uma ameaça econômica das nações.

Um posicionamento político na Rússia

Especialistas políticos da Rússia afirmam que, apesar de representar uma ameaça à centralização monetária do país, a intenção do país é, na verdade, acabar com a oposição política. Isso porque Putin deu um golpe no país e, agora, poderá se eleger por mais de dez anos consecutivos. Anteriormente, a lei não permitia.

Dessa forma a crescente oposição estaria usando as criptomoedas para financiar protestos e atentados contra o atual governo. O pagamento por moedas descentralizadas dificulta a fiscalização dos países e também dribla as incidências de impostos. Além disso, o governo afirma que mais de 7 trilhões de rublos, cerca de US$ 92 bilhões, em ativos estão em 17 milhões de criptocarteiras (corretoras) na Rússia. Apesar disso, relatórios do governo afirmam que os financiamentos da oposição são a menor parte do uso das criptomoedas no país. Contudo, a agência de segurança russa, a FSB, acredita que isso pode se tornar um problema crescente.

Vale lembrar que, até agora, uma regra explícita dos governos com poderes mais centralizados é barras as criptomoedas. Isso porque as finanças descentralizadas (DeFi) poderiam diminuir o poder de controle dos governos sobre as pessoas. Com regimes mais autoritários, as questões de moeda ficam ainda mais controladas pelo governo. É nesse sentido que a China também ruma em relação às criptomoedas.

Rússia
Foto: Reuters

A oposição às criptomoedas

Diversos países e figuras do mundo se colocam contra as criptomoedas. O caso mais recente, antes da Rússia, foi o autor Nassim Taleb, que afirmou que o bitcoin é uma “doença contagiosa”. Além disso, outras figuras populares no mercado financeiro dizem não comprar as criptos. Dentre os países, apenas El Salvador usa a moeda digital como oficial. Por outro lado, a segunda maior economia do mundo, a China, barrou o uso das criptomoedas no país.

Dentre as pessoas mais famosas do mercado, Charlie Munger e Warren Buffet dizem não ver valor nas moedas digitais. Eles ainda criticam as fortes altas e as fortes baixas nos preços desses ativos, o que, segundo eles, mostra a fragilidade desse investimento. Por outro lado, a China baniu o uso de bitcoin no país. Até então, o país era o primeiro no mundo em mineração dessas moedas. Agora, a Rússia, terceira maior em mineração e parceira comercial da China, afirma que também quer barrar a criação e o uso das moedas descentralizadas.

Segundo a Universidade de Cambridge, as maiores instalações russas estão localizadas no norte do país e na região da Sibéria. Por lá, as temperaturas são baixas e o acesso a energia barata facilitam o trabalho dos mineradores. Além disso, as gigantes BitRiver, Minespot e BitCluster são as principais empresas mineradoras.

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