As falas de Bolsonaro afetam seus rendimentos?
O dia da independência do Brasil foi alvo de diversos atos a favor do presidente Jair Bolsonaro, o que balançou o rendimento do Ibovespa no dia de hoje (08/09).
Apesar disso, o mercado financeiro não gostou nem um pouco das manifestações e, principalmente, das falas do chefe do Executivo.
As manifestações
Ontem (07), ao discursar em Brasília e São Paulo, o presidente atacou o ministro Alexandre de Moraes do STF.
Nas palavras do presidente em Brasília, “ou o chefe desse poder [o STF] enquadra o seu ou esse Poder pode sofrer aquilo que não queremos”.
Em São Paulo, as ameaças se repetiram. Por lá, Bolsonaro disse que não iria mais cumprir as ordens vindas de decisões do ministro. Nas palavras dele, afirmou que ”qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais”.
Apesar das falas presidenciais, hoje o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, relembrou que descumprir decisões judiciais configura crime de responsabilidade, um pretexto para processos de impeachment.
O dia após a turbulência
Nessa quarta-feira (08), o índice Ibovespa fechou em queda de 3,8%, motivado principalmente pelos ruídos causados pelas falas de Bolsonaro.
Por esse fato, essa foi a maior queda diária do Ibovespa desde que o STF tornou o ex-presidente Lula elegível para as eleições de 2022, no dia 8 de março.
Ainda, houve perdas em bolsas internacionais que também afetaram o comportamento do índice.
Ameaças
As ameaças do presidente Jair Bolsonaro acenderam um alerta no mercado financeiro, que agora passa a cogitar um golpe de Estado no Brasil.
Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e hoje sócio da Rio Bravo Investimentos, disse que ”golpe já não é mais um delírio paranoico” e expõe a preocupação com a situação do país em um relatório destinado aos investidores.
Além disso, diversas gestoras de fundos de investimentos já buscam expor o patrimônio em ativos internacionais, buscando evitar que os rumores da política nacional faça com que o rendimento dos produtos caia.
Por isso, especialistas afirmam que diversificar em BDRs ou ETFs expostos ao mercado externo pode ser uma excelente forma de hedge no momento instável que vive a política nacional.
Apesar disso, as empresas listadas em bolsa não foram afetadas. Como o rumor é apenas político, o resultado das companhias não deve ter seus lucros afetados pela instabilidade, o que promove a ideia de que há um desconto no preço dos ativos.
Setores, como o bancário, apresentam quedas de quase 10% nos últimos 7 pregões, enquanto as empresas de varejo têm alguns papéis subindo e outros caindo.
Manter a calma
Investidores de sucesso mantêm a calma em momentos de crise. Nas palavras de Nathan Rothschild, é preciso que o investidor “compre ao som de canhões, venda ao som de trombetas”.
Por isso, manter a cabeça no lugar e seguir a estratégia são as dicas do momento.
O pavor só tende a piorar os seus resultados.
Bons investimentos!