IPCA: O que você precisa aprender para o controle da inflação no país.

O IPCA, conhecido como Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, desempenha um papel fundamental como indicador econômico no Brasil. Sua função é mensurar a variação dos preços dos bens e serviços consumidos pelas famílias. Esse índice é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e serve como referência para o acompanhamento da inflação no país.

O IPCA considera uma cesta de produtos e serviços representativa do consumo das famílias brasileiras. Essa cesta é composta por itens essenciais, como alimentos, transporte, habitação, vestuário, saúde, educação, entre outros. O índice é divulgado mensalmente e reflete a variação percentual dos preços em relação a um período base.

Além de sua importância como ferramenta de acompanhamento da inflação, o IPCA é amplamente utilizado pelo governo brasileiro, empresas, analistas econômicos e investidores. Essa utilização visa monitorar a economia do país e realizar projeções sobre seu desempenho. Ademais, o índice é empregado como referência para a correção de valores, como aluguéis e investimentos, por exemplo.

Situação atual do IPCA

Nesta terça-feira, 11 de junho, conforme reportado pelo portal G1 (Fonte: g1.globo.com), foi informado que o IPCA registrou uma queda de 0,08% em junho.

Essa foi a primeira deflação desde setembro de 2022, quando os preços ao consumidor registraram uma queda de 0,29% no mês. Para o mês de junho, foi a menor variação desde 2017, quando também houve recuo de preços de 0,23%. Em junho de 2022, o índice teve alta de 0,67%.

Desde fevereiro, o resultado do IPCA vem em desaceleração gradual. Em maio, o indicador teve um avanço de 0,23%, abaixo das expectativas de mercado.

Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 3,16% na janela de 12 meses. No ano, acumula alta de 2,87%.

Veja o resultado dos nove grupos que compõem o IPCA:

• Alimentação e bebidas: -0,66%;
• Habitação: 0,69%;
• Artigos de residência: -0,42%;
• Vestuário: 0,35%;
• Transportes: -0,41%;
• Saúde e cuidados pessoais: 0,11%;
• Despesas pessoais: 0,36%;
• Educação: 0,06%;
• Comunicação: -0,14%.

Influência do IPCA

A influência do IPCA na vida do brasileiro é significativa. Como um indicador de inflação, o IPCA reflete a variação dos preços dos bens e serviços consumidos pelas famílias. Quando a inflação é alta, o poder de compra do dinheiro é reduzido, pois os preços aumentam mais rapidamente do que os salários e rendimentos.

Isso afeta diretamente o orçamento doméstico, diminuindo a capacidade de compra de produtos e serviços. A inflação impacta os custos básicos, como alimentos, habitação, transporte, saúde e educação. A variação do IPCA pode influenciar o preço dos alimentos nos supermercados, o valor do aluguel, as tarifas de energia elétrica, água, transporte público, mensalidades escolares, entre outros.

O IPCA é um indicador fundamental para o planejamento financeiro pessoal e empresarial. As pessoas precisam acompanhar a inflação para ajustar seus orçamentos, poupar e investir adequadamente, considerando o impacto dos preços em seu poder de compra ao longo do tempo. As empresas também levam em conta a inflação ao precificar produtos e serviços, além de planejar investimentos e estratégias de negócios.

A inflação também tem impacto na taxa básica de juros (Selic) estabelecida pelo Banco Central. O IPCA é um dos principais indicadores utilizados pelo Banco Central para tomar decisões sobre a política monetária do país. Se a inflação estiver acima da meta estabelecida, o Banco Central pode aumentar a taxa de juros para controlar a demanda e reduzir a pressão inflacionária.

Isso pode influenciar as taxas de juros de empréstimos, financiamentos e investimentos, afetando diretamente a vida financeira das pessoas.

Além disso, a inflação afeta o retorno real de investimentos financeiros. Se a inflação for alta, o rendimento de investimentos de renda fixa, como poupança, títulos públicos e certificados de depósito bancário (CDBs), pode não acompanhar o aumento dos preços, reduzindo o ganho real. Os investidores também consideram a inflação ao avaliar opções de investimentos.

Preço da gasolina

A oscilação nos preços da gasolina tem sido uma fonte de preocupação para os brasileiros, embora não esteja diretamente relacionada ao IPCA. Essa variação tem impactado negativamente a organização financeira pessoal de muitas pessoas e, nos últimos dias, tem causado incerteza entre os consumidores.

Até maio, havia a expectativa de que o Ministério da Justiça monitorasse de perto a redução de preços dos combustíveis anunciada pela Petrobras. O presidente da Petrobras afirmou que a gasolina e o diesel ficariam mais baratos para as distribuidoras.

O Ministério da Justiça assegurou que essa redução de preços seria aplicada nos postos de combustível. A Petrobras explicou que os preços consideravam as misturas obrigatórias de cada combustível e buscavam manter a competitividade, evitando repassar as flutuações do mercado internacional e da taxa de câmbio.

Também foi mencionado o fim da política de paridade internacional de preços da estatal, que alinhava os preços domésticos aos preços internacionais. A Petrobras adotou uma nova estratégia comercial, levando em conta o custo alternativo do cliente e o valor marginal para a empresa na precificação dos combustíveis.

No entanto, os consumidores finais começaram a observar os reajustes apenas no final da segunda quinzena de maio de 2023. E na primeira semana de junho, ocorreu um novo aumento, revertendo a redução anterior. Em algumas cidades do Brasil, o preço da gasolina chegou a variar de R$ 4,99 a R$ 6,09 em menos de 15 dias, durante essa última alteração.