Ibovespa despenca com cenário externo duvidoso

O índice brasileiro de ações, o Ibovespa, que operava em queda de menos de 1% no dia, despencou e fechou em -2,42% com notícias duras vindas dos Estados Unidos. Isso porque os Comitê de Política Monetária do FED (FOMC) lançou a ata do seu último encontro. Após isso, os títulos americanos, as treasuries, subiram fortemente as suas taxas, o que atrapalha os mercados, principalmente os emergentes, como o Brasil.

Com o susto dos investidores, o dólar também operou em forte alta, fechando acima dos R$5,70. Apesar disso, alguns ativos operaram em leve alta, enquanto as quedas foram assustadoras, com casos acima dos 10% no dia. Com o resultado de hoje, o Ibovespa amarga quase 3% de queda em 2022, com três pregões seguidos de baixa.

bull market veio forte no Ibovespa

Chamamos de bull market os mercados que operam em queda. Isso porque os investidores fazem a analogia com os ursos, que batem de cima para baixo, derrubando os objetos. Contudo, tem dias que os tapas dos ursos não doem. Hoje doeu muito. Os investidores viram a maior queda diária desde 26 de novembro de 2021. Isso porque em no último mês, o Ibovespa repôs parte das perdas do ano passado.

Agora, o cenário que já não era muito bom para o mercado brasileiro se torna ainda pior. Isso porque os títulos americanos atingiram os maiores rendimentos em 9 meses. Como são os títulos mais seguros do mercado, investidores internacionais correm para eles. Soma-se a isso a preocupação com a pandemia, que toma conta do mundo novamente. O resultado é a perda em mercados emergentes.

O destaque da ata do FOMC ficou com os dirigentes falando que a inflação está acima do esperado. As falas do Comitê vão em consonância com o que diz Ray Dalio em seu texto no LinkedIn. Para piorar, o FED afirmou que vai deixar o tapering mais radical, além de aumentar as taxas de juros da economia americana. Todas essas medidas afetam negativamente o mercado brasileiro, que deve sofrer com quedas nos próximos meses, caso não haja aumento de expectativas.

Ibovespa
Foto: Shutterstock

Os destaques do dia

Os destaques do dia não foram exatamente bons. Isso porque as bolsas americanas, assim como o Ibovespa, caíram, com ênfase à Nasdaq, que operou em queda livre. Contudo, na Europa o índice DAX, da Alemanha, operou em forte alta, mesma direção do FTSE, índice do Reino Unido.

Na terra do Tio Sam, a Nasdaq caiu 3,34%, a maior queda em meses. A queda foi maior que o Ibovespa, inclusive. Por outro lado, o S&P500 caiu 1,94%, perdendo as máximas históricas do índice. Por último, o Dow Jones caiu 1,07%, também se afastando das máximas históricas. Com isso, nem os investidores diversificados sobreviveram ao dia de hoje, 5.

Na Europa, o índice alemão (DAX) subiu 0,74%. No Reino Unido, a alta foi de 0,16% do FTSE. Os comparativos mostram que a alta dos juros americanos não afeta tanto a bolsa europeia, dado que os títulos por lá também seguem em alta e são tão seguros quanto os americanos. Por isso, investir na Europa pode ser uma forma de se proteger também.

No final do dia de hoje, o dólar fechou cotado a R$5,71 na compra e na venda, uma alta diária de 0,39%. É a maior cotação desde 21 de dezembro. Com isso, a moeda americana já subiu 2,44% apenas em três dias de pregão em 2022.

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