O governo da Áustria decretou lockdown restrito a pessoas não vacinadas. A medida, que gerou polêmica no país, vai abranger cerca de 35% da população do país. Contudo, o decreto vem após medidas restritivas na Holanda e em meio ao crescimento de casos de Covid em toda a Europa.
O país austríaco tem 65% da população vacinada, uma média inferior à europeia (67%). Com isso, o chanceler Alexander Schallenberg fez o anúncio neste domingo (14).
A Áustria e a Covid
O país austríaco vem de uma alta de casos de Covid nas últimas semanas. De fato, alguns fatores corroboram para isso, mas o principal deles é a população não vacinada representar mais de 1/3 dos moradores de lá. Com isso, o chanceler decidiu por decretar lockdown na Áustria.
Dessa forma, pessoas com mais de 12 anos não vacinadas ou que se recuperaram recentemente da Covid não poderão sair de casa. Apesar disso, a exceção é para acessar serviços essenciais, praticar atividades físicas ou buscar atendimento médico. As entidades de fiscalização dizem que farão reconhecimentos aleatórios de pessoas, sem informar onde e quando.
Neste sábado (13), a Áustria registrou mais de 13 mil novos casos de Covid. Esse é o maior número diário desde o início da pandemia no país que tem 9,8 milhões de habitantes. Para se ter uma ideia, nas últimas 24 horas, o Brasil teve 4.129 novos casos, com uma população aproximadamente 20 vezes maior que a da Áustria.
Com isso, as entidades de saúde reforçam que há uma quarta onda de Covid na Europa e que isso está afetando a retomada saudável da economia. Além disso, os não vacinados são maioria nos casos adquiridos e nas mortes decorrentes da doença. Assim, governos e empresas privadas estão reforçando a importância da vacina. Na Áustria, semana passada, um bordel anunciou uma promoção para incentivar a vacina. Com aplicação dentro do próprio estabelecimento, clientes vacinados ganham um voucher para consumir dentro do estabelecimento. A medida inusitada tomou conta dos noticiários mundo afora.
E nos outros países?
A Covid também está chegando em outros países. Já é reconhecido um aumento no número de casos na Alemanha, nos países do centro e do leste europeu. Nesses países, a taxa de imunização é mais baixa. A OMS já alerta que a Europa é o epicentro da pandemia.
Na Holanda, o número de casos já é o maior desde julho desse ano, quando o país passou por sérias dificuldades em relação à doença. Lá, mesmo com 70% da população vacinada, os casos estão em patamares recordes. Apesar disso, a grande maioria das internações por Covid são de não vacinados.
Já na Alemanha, o país começa a estudar novas medidas restritivas. Isso porque na sexta-feira (12), o país registrou 37 mil novos casos da doença, o maior para um dia desde o início da pandemia. As autoridades de saúde do país buscam aumentar as taxas de vacinados, para evitar a superlotação em hospitais. Na semana passada, pacientes precisaram ser realocados, pois já havia falta de leitos em algumas cidades.
Na Ucrânia, porém, a situação é ainda pior. O país teve mais de 25 mil novos casos na sexta-feira (12), com quase 800 mortes. No país, apesar de 4 vacinas estarem disponíveis à população, apenas 18% está totalmente vacinada, um dos piores patamares do mundo. Dessa forma, professores e funcionários públicos não vacinados terão os salários suspensos, segundo o governo.
