Rodrigo Pacheco: a nova terceira via para 2022?
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, se filiou ao PSD para, supostamente, concorrer às eleições presidenciais. O senador seria mais uma figura grande da política na terceira via, que começa a se congestionar e dividir votos.
Um cenário com menos candidatos talvez fosse uma alternativa mais inteligente, segundo analistas. Contudo, Pacheco ainda não declarou publicamente sua ambição à presidência.
Quem é Rodrigo Pacheco?
Atual presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco é formado em direito e foi deputado federal de 2015 a 2019. Depois do fim do seu mandato na Câmara, passou a integrar o Senado, onde atua até hoje.
Natural de Rondônia, Pacheco é um candidato de centro-direita que busca acabar com a polarização da política nacional e pauta o diálogo como uma das suas maiores características. Além disso, conhecido pela independência de pensamento, ele chegou a criticar os resultados da CPI, apesar de não ser apoiador ferrenho do atual presidente.
Recentemente, Rodrigo Pacheco se filiou ao PSD, partido de Gilberto Kassab. Em busca de uma candidatura própria nas eleições de 2022, o partido vê no presidente do Senado um nome forte para disputar ao lado de Bolsonaro, Lula, Moro e o ganhador das prévias do PSDB (Dória ou Eduardo Leite).
Apesar disso, Rodrigo ainda não deu declarações públicas sobre uma candidatura efetiva. Contudo, nos bastidores, acreditava-se na possibilidade de ele ser vice de Lula na chapa da oposição, algo que foi descartado na sexta-feira, 29, pelo partido. A estratégia dos petistas é de buscar um nome no centro, de forma a buscar apoio político fora de sua alçada ideológica, algo que fica cada vez mais difícil de acontecer.
Com o surgimento do nome de Rodrigo Pacheco, alguns analistas começam a ver a “terceira via” superlotada, o que pode enfraquecer o movimento e manter, de fato, a polarização Lula-Bolsonaro. A grande maioria do país, segundo as pesquisas, não querem nem um, nem outro. E o centro parece não ver isso.
Superlotação?
Com diversos nomes figurando na terceira via (incluindo Rodrigo Pacheco, informalmente), analistas começam a ver com preocupação a divisão de votos no setor, o que pode enfraquecer todo o movimento. Partidos ainda definirão os candidatos nas prévias, mas nomes com certeza sairão até o final desse ano.
No caso do PSDB, Dória e Eduardo Leite buscam apoio dos diferentes consulados para que, nas prévias, consigam representar o partido na corrida eleitoral. As prévias do partido têm dado barulho, principalmente após a chapa de Eduardo Leite questionar a filiação de 92 prefeitos e ex-prefeitos ao partido após a data limite para votação. Com isso, analistas já veem um partido mais fragmentado após as prévias.
No caso do partido Novo, João Amoedo parece ter sido substituído por Felipe D’Ávila na corrida presidencial. A sigla busca ser um nome forte na terceira via como foi nas últimas eleições, ficando em 4° lugar nas votações.
Por outro lado, um levantamento do Estadão mostrou que pelo menos 11 nomes são cotados para a corrida eleitoral do ano que vem. Na terceira via, isso pode fragmentar ainda mais os votos, dado que Bolsonaro e Lula já têm seus fiéis. Com uma superlotação, Rodrigo Pacheco e companhia poderiam ficar de fora do segundo turno, o que a grande maioria da população não deseja.