Putin diz que pode aumentar oferta de gás natural
Vladimir Putin, presidente da Rússia, disse que pode aumentar a oferta de gás natural para a Europa em um evento governamental sobre energia. Segundo ele, a venda de gás para o velho continente deve bater recordes nesse ano.
A fala vem em bom tom, principalmente com a alta da commodity que pressiona os preços da energia em toda a Europa.
A crise energética
A Europa também passa por uma crise energética, assim como Brasil e China. Apesar de terem causas diferentes, as consequências são as mesmas: inflação e queda no crescimento.
A energia elétrica europeia é fomentada principalmente pelo gás natural. Com a alta dos preços e uma demanda bem acima da oferta, a produção de energia elétrica do continente fica comprometida. E os dados começam a evidenciar isso.
Com a alta dos preços, a produção industrial na Alemanha caiu 4% em agosto, se compararmos com o mês antecessor, julho. Os dados representam que a queda da produção econômica, além de outros fatores, é afetada por um custo maior para a produção de energia. A alta do setor afeta toda a economia.
Apesar disso, a Rússia surgiu como um alento ao continente nesse momento delicado. Contudo, ainda não se tem certeza de que as falas de Putin se concretizarão. Há acusações polêmicas também.
Putin salvou a Europa?
Nem tanto, pelo menos ainda. Em um fórum governamental, Putin disse que pode aumentar a oferta de gás natural para a Europa, o que já baixou o preço nas cotações em Londres e Nova York.
Por outro lado, a Europa acusa a Rússia de suprimir a demanda de gás para a região por questões geopolíticas. Isso porque o país de Putin quer que o gasoduto Nord Stream 2 entre em operação. Ele passaria da Rússia direto para a Europa, sem passar pela Ucrânia. Ambos os países têm tensões em relação à região da Crimeia.
Isso porque a Rússia quer retomar a Ucrânia para seguir um ideal de “Grande Rússia”, uma ideia imperialista do século 19. Além disso, a operação do novo gasoduto reduziria a arrecadação da Ucrânia, que exige alguns pagamentos pela passagem do gás natural.
Apesar disso, o porta-voz do governo e o próprio presidente Putin negaram as acusações da Europa. Para eles, o erro foi dos europeus e a Rússia sequer tem controle sobre os preços do gás natural. Ainda, Putin diz que a rescisão de contratos de longo prazo para a compra no mercado à vista foi uma decisão da Europa. Ele disse que essa “política está errada”.
As cotações
Os contratos futuros de gás natural caíram após as declarações de Putin. Após atingirem patamares recordes, a correção veio forte, derrubando o preço de forma considerável.
No preço máximo de US$6,466, o gás natural perdeu seus recordes logo após as declarações e as trocas de farpas pelos países envolvidos. Agora, a commodity opera perto dos US5,60, uma queda de mais de 10%, o que pressiona para baixo os custos da geração de energia.
Isso pode, se for mantido, reanimar a economia europeia e, por consequência, do mundo todo. Apesar disso, a Rússia ainda não garantiu que aumentará, de fato, a oferta.