PT quer rever privatizações, teto de gastos e reformas
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, afirmou que a revisão da Reforma Trabalhista está na pauta de discussão do partido. Além disso, caso a sigla volte à presidência com Lula, o teto de gastos e outras reformas podem entrar em sua fase final de existência. Pelo menos temporariamente. Além disso, o partido deve discutir a autonomia do Banco Central, apesar de fontes afirmarem que esse tema ainda está pouco amadurecido.
Com isso, as principais âncoras fiscais e econômicas do país estariam ameaçados, do ponto de vista do mercado, segundo analistas. Dessa forma, investidores internacionais poderiam se afastar do Brasil, gerando mais fraqueza no PIB e um possível aumento do desemprego no país.
O “revogaço petista”
Líder nas pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2022, o ex-presidente Lula, candidato do PT, deve entrar em 2023 (caso eleito) modificando as principais normas da economia brasileira. O partido, que sempre foi contrário às medidas aprovadas nos governos de Michel Temer e Bolsonaro, afirma que pretende revogar importantes projetos aprovados.
Dentre eles, a reforma trabalhista é a principal. Inspirada no modelo espanhol, a reforma trabalhista, segundo o partido, revoga os direitos dos trabalhadores. O principal motivo é a indignação da população espanhola com o projeto que inspirou o texto brasileiro. No país europeu, o governo espanhol revogará a reforma trabalhista. “A gente [PT] sempre foi crítico da reforma, votamos contra, fizemos todos os movimentos que poderíamos para resistir, porque sabíamos que aquilo estava sendo construído para precarizar as relações de trabalho. Não ia gerar emprego necessariamente e ia dificultar a vida do povo. Por exemplo, trabalho intermitente. É uma aberração que a pessoa não tenha assegurado sequer o direito ao salário mínimo, nem outros direitos trabalhistas“, afirmou Gleisi à coluna de Chico Alves, do UOL. Posteriormente, a presidente da sigla afirmou que o projeto enfraqueceu a Justiça do Trabalho e os movimentos sindicais.
O PT ainda vai cortar mais
Segundo a própria sigla, outras medidas como a autonomia do Banco Central, as privatizações e demais reformas, como a administrativa, podem sofrer alterações severas. Isso porque o partido busca aumentar a participação do Estado na economia, uma posição contrária aos resultados que os projetos preveem.
Sobre o Banco Central, o partido entende que o projeto deixa o governo de “mãos amarradas”. Contudo, o texto prevê autonomia para que a parte técnica da economia, como as taxas de juros, funcionem independentemente da orientação dos ministros e do presidente. Por outro lado, nas privatizações o governo entende que esse processo de vendas de estatais deve acabar. Contudo, vale lembrar que o PT está envolvido em supostos esquemas de desvios de dinheiro público através dessas empresas, apontam especialistas. A ideia é manter o trabalhador sob o cuidado do governo, que buscará atender as leis trabalhistas.
Por último, uma reforma administrativa, que diminuiria os cargos públicos, deve parar. Isso porque o PT de Lula entende que apoiar o funcionalismo público eficiente é uma forma de fazer a economia andar. Por outro lado, opositores afirmam que o Brasil tem um dos maiores funcionalismos públicos do mundo. Além disso, contrários ao PT afirmam que a máquina pública serve para “pendurar apoiadores”.