Por mais um mês consecutivo, o IBGE informa que, na média, o custo de vida dos brasileiros caiu. Isso porque o IPCA-15, a prévia oficial da inflação, fechou agosto com deflação de 0,73%. Na prática, uma cesta de consumo definida pelo índice mostra que o brasileiro está com a vida menos cara. Apesar disso, é preciso olhar todas as variáveis do estudo. Porém, a que mais chama a atenção é a gasolina.
Isso porque o preço do combustível caiu forte mais uma vez. Enquanto no mês passado a gasolina ficou 15% mais barato, em agosto a queda foi de mais 16,80%. Para o brasileiro, isso significa um combustível mais barato e um maior poder de compra.
Fatores que afetam o preço da gasolina
A gasolina ganhou os holofotes dos noticiários no final do ano passado e principalmente no início desse ano. Isso porque o preço do combustível parecia incontrolável, chegando a ser vendido por mais de R$8,00 o litro em algumas capitais do país. Agora, o cenário é bem diferente. Segundo a ANP, o preço médio da gasolina é de R$ 5,40 na semana de 14 a 20 de agosto.
Contudo, em alguns lugares ela é ainda mais barata, ficando até mesmo abaixo dos R$5,00. E essa explicação tem três fatores principais: o preço do petróleo, a cotação do dólar e também a carga de impostos sobre os combustíveis. Todos eles apresentaram sinais de melhora nos últimos meses, o que deu espaço para a queda do preço da gasolina.
O petróleo, que chegou a ser negociado acima dos US$120 por barril, agora fica em cerca de US$100,00, uma queda de 25%. Por outro lado, o dólar que chegou a ser cotado em R$5,35 agora está na casa dos R$5,10. Por último, o Governo Federal anunciou o corte do ICMS sobre diversos produtos, incluindo a gasolina. Antes, alguns estados cobravam até 30% de imposto. Agora, a alíquota máxima é de 18%.
Com todos esses fatores, a gasolina teve espaço para cair de preço. E a queda foi forte. No consolidado de julho e agosto, a queda fica em torno de 30% no valor para o consumidor. Vale lembrar que a queda do petróleo, do dólar e do imposto permitiram que a Petrobrás reajustasse para baixo o valor do litro às distribuidoras.
(Imagem: Pixabay).
Vai cair ainda mais?
Diante da forte queda da gasolina, consumidores querem saber se a gasolina ficará ainda mais barata. Dessa forma, especialistas dizem que é preciso se atentar aos mesmos fatores mencionados acima. E as perspectivas são boas. Isso se dá por conta do cenário da economia internacional, que não anda muito bem, o que pode refletir nos preços do Brasil.
Atualmente, a Europa está à beira de uma recessão econômica. Por outro lado, os Estados Unidos estão com uma inflação bastante alta. Com isso, esses dois fatores contribuem para um menor consumo de petróleo, o que faz o preço internacional baixar. Além disso, o caos nessas economias faz com que o real tenha espaço para se valorizar, o que representa uma queda no dólar em alguns momentos. Por isso, especialistas dizem que é possível que a gasolina ainda baixe de preço.
Contudo, a partir de agora, a tendência é de estabilidade e não devemos ver quedas tão grandes quanto a dos dois últimos meses.
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