IPCA-15: inflação é a maior em seis anos
A prévia da inflação de dezembro saiu e mais uma vez os dados não são os melhores para a economia brasileira. Isso porque nesse mês, o IPCA-15 fechou em alta de 0,78%. Com isso, o índice de inflação para o ano ficou em 10,42%, o mais alto em 6 anos. Mesmo que tenha ficado abaixo das expectativas do mercado, o resultado coloca em xeque as teses de aumento mais brando da taxa de juros.
No levantamento teve como os principais vilãos o preço dos combustíveis (em particular da gasolina) e da energia elétrica, novamente. O resultado oficial para a inflação sairá apenas no mês de janeiro.
IPCA-15 mais baixo, mas continua ruim
É exatamente isso que os economistas falam. Com um percentual ainda alto, mas melhor que as subidas de mais de 1% dos meses anteriores, a notícia de dezembro não deixa de ser uma notícia ruim. Isso porque os vilões continuam sendo os mesmos e a inflação anual segue bem acima do teto estipulado pelo Banco Central do Brasil em janeiro desse ano.
Para o mês de dezembro, os preços dos combustíveis voltaram a tirar o sono da população. A gasolina teve uma alta de 3,28%, impactando, sozinha, em 0,21 ponto percentual na inflação final. Ou seja, quase metade da inflação do Brasil se deve à gasolina. Contudo, ela não foi o único combustível a subir. Isso porque o etanol subiu 4,54%, enquanto o óleo diesel subiu menos, 2,22%. As variações, ainda que relevantes, são bem menores que a do mês anterior, quando subiram 8% e 7%, aproximadamente.
Um outro destaque do IPCA-15, divulgado pelo IBGE, foi o aumento das passagens aéreas, que ficou em 10,07%. No mês passado, houve uma queda de 6% nos preços desses produtos. Economistas afirmam que as viagens de final de ano, além do preço do querosene de aviação, influenciaram nos preços. Com esse resultado, o setor de transportes liderou as altas da inflação, subindo, em conjunto, 2,31%.
Os agregados subiram também
Dos nove agregados estudados pelo IBGE, apenas um teve queda e um não teve variação de preços. Os sete restantes tiveram subidas expressivas. Isso porque o efeito cascata da economia, quando afeta um produto, passa a afetar toda a cadeia produtiva, como ocorre com a gasolina e com a energia.
Por isso, o setor de transportes subiu 2,31%, liderando as altas. Em segundo lugar, os artigos de residência subiram 1,19%. Depois, vestuário teve alta de 1,10%, seguido por habitação (+0,90%) e despesas pessoas (+0,51%). A menor variação positiva ficou no ramo dos alimentos, que subiu 0,35%. A retenção da carne no país durante 3 meses, por causa do embargo da China, teve uma leve contribuição nesse resultado.
Dentre as onze capitais estudadas, Salvador teve o maior aumento de preços (1,13%). Por outro lado, Belém teve o menor aumento, ficando em 0,32%. Para os cálculos do IPCA-15, os dados foram coletados entre 13 de novembro e 13 de dezembro. Vale lembrar que os dados do IPCA oficial são os mesmos do IPCA-15, porém com um abrangência geográfica maior, o que dá um cenário mais fiel à situação do país.