Investidores estrangeiros fogem do Brasil
Com o furo do teto de gastos e o risco fiscal ainda maior, os investidores estrangeiros estão se afastando do Brasil cada vez mais. Além disso, o aumento esperado das taxas de juros nos Estados Unidos contribui para que menos pessoas invistam por aqui.
Os dados são de um relatório do banco BTG Pactual e confirmado por dados do Banco Central do Brasil.
Investidores estrangeiros indo embora
Com a subida do atual presidente, Jair Bolsonaro, o mercado esperava uma guinada mais liberal na economia nacional, com a venda de estatais e menores déficits públicos. Contudo, segundo o governo, a pandemia atrapalhou a retomada do governo. E as medidas tomadas não agradaram os estrangeiros.
Por isso, investidores estrangeiros estão saindo a patamares recordes do Brasil. Apesar de conter empresas sólidas no mercado financeiro e internacionalmente conhecidas, como Petrobrás e Vale, o Ibovespa não vem agradando muito. Isso porque o governo tem feito intervenções nas empresas, além de rompido com as políticas de austeridade fiscal, segundo analistas.
Dessa forma, o temor de uma inflação acelerada, taxas de juros incontroláveis e déficits cada vez maiores, os investidores estrangeiros não veem uma situação fiscal muito boa. Assim como uma empresa privada, para eles o setor público deve manter suas contas do verde.
Nem com a queda dos déficits da balança de pagamentos do Brasil os investidores se animaram. Com isso, a saída representa uma fuga de 66%. Isso porque o país representa pouco mais de 5% do portfólio de fundos de mercados emergentes, enquanto no auge o patamar era de 16,4%.
E como isso impacta os investimentos?
De forma bastante severa. Isso porque os investidores estrangeiros são responsáveis por pouco mais de 50% da liquidez da bolsa de valores brasileira. Com a saída deles, a venda em massa traz os preços para baixo, além de perder a liquidez dos ativos já listados.
Dessa forma, o Ibovespa opera em queda de mais de 10% no ano. Isso faz com que algumas empresas caiam ainda mais, como MagazineLuiza que opera em queda de 50% até agora. Isso quer dizer que algumas empresas serão mais descontadas que outras, o que para o longo prazo deve se tratar de oportunidades para os investidores.
Apesar disso, o desconto não quer dizer que as empresas vão subir para os preços anteriores. Isso porque algumas empresas estava, segundo indicadores, bem acima do seu preço justo e com essas quedas os valores se normalizaram. Por isso, ver as perspectivas do setor e as finanças da empresa continua sendo fundamental.
Além disso, com a fuga de capitais do Brasil, é interessante ver para onde os investidores estrangeiros correm. Majoritariamente, eles deslocam seu patrimônio para países emergentes, principalmente os Estados Unidos. Por isso, com a crise no mundo, as bolsas por lá estão em alta, mas quando tudo voltar ao normal, a “bolha” pode estourar, segundo grandes bancos de lá.
É por isso que diversificar é importante e, acima de tudo, é a chave da sobrevivência no longo prazo.