Inflação ao produtor nos EUA sobe mais que o esperado em março
O Índice de Preços ao Produtor dos Estados Unidos (PPI, na sigla em inglês) variou 1,4% em março deste ano. A saber, a inflação ao produtor superou as estimativas de analistas, que projetavam um avanço de 1,1% no mês.
Além disso, a taxa também veio acima dos avanços registrados em janeiro (1,0%) e fevereiro (0,8%). Em resumo, isso aconteceu, principalmente, devido aos impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, que vem afetando todo o planeta. O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou os dados nesta quarta-feira (13).
A propósito, o PPI analisa o progresso dos preços dos produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete. Vale destacar que o avanço dos preços ao produtor não é necessariamente repassado para o consumidor final. No entanto, a tendência é que isso ocorra.
O Departamento do Trabalho ainda revelou que o núcleo do PPI também subiu mais que o esperado em março. Em suma, o núcleo da inflação exclui itens voláteis como alimentos e energia. No mês passado, o avanço foi de 1,0%, o dobro das expectativas de analistas, que acreditavam em um avanço de 0,5%.
Veja mais detalhes da inflação ao produtor nos EUA
Com o acréscimo do resultado de março, o PPI acumulado nos últimos 12 meses chegou a 11,2%, ante um avanço de 10,3% em fevereiro. Esse é o maior patamar já registrado pela inflação ao produtor na série histórica, que teve início em novembro de 2010.
A saber, a alta do indicador reflete os impactos provocados pela pandemia da Covid-19. Em síntese, a crise sanitária afetou fortemente as cadeias globais de suprimentos desde 2020, mas isso continua acontecendo ainda em 2022.
Aliás, a China vem sofrendo com novos surtos de Covid-19. Desde o final de março, milhões de pessoas estão em confinamento no país, que tenta conter a disseminação do vírus.
O cenário ficou ainda pior com a invasão da Rússia à Ucrânia. De acordo com o Instituto de Economia Mundial de Kiel, na Alemanha, o comércio global caiu 2,8% entre fevereiro e março deste ano. A Organização Mundial do Comércio (OMC) também reduziu as suas estimativas para o crescimento do comércio global em 2022, de 4,7% para 3,0%.
Em outras palavras, os preços de diversos itens devem continuar altos, ou seja, a inflação também seguirá em patamar elevado por mais tempo que o esperado.
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