IGP-M, a inflação do aluguel, fecha em 17,78% no ano

O Índice Geral de Preços Mensal, o IGP-M, fechou em alta no mês de dezembro, subindo 0,87% no último mês do ano. A alta do mês anterior, novembro, foi de 0,02%. Com o resultado, o índice fechou o ano em 17,78%, abaixo dos 23,14% do ano passado. Contudo, o resultado de 2021 é o segundo maior desde 2002.

Apesar de não ser um índice convencional no mercado financeiro, o IGP-M é utilizado para reajustar os aluguéis no país todo. Com isso, a alta dos preços afetam diretamente o bolso da população, principalmente da classe mais vulnerável do país.

O cálculo do IGP-M

Diferentemente do IPCA, que mede a variação de preço de uma cesta de produtos, o IGP-M é calculado de forma diferente e, segundo economistas, de forma mais completa que o índice oficial de inflação do país. Isso porque dentro do IGP-M, há o cálculo de 3 índices que, juntos, formam o número principal.

Dentro da inflação calculada pela FGV, há o IPA, o IPC e o INCC. No caso do IPA, o índice calcula o aumento de preços ao atacado, ou seja, o aumento de preços para quem produz e vende os produtos. O IPA é 60% do IGP-M. Além disso há o IPC, que mede o impacto dos preços ao consumidor. Essa parte do índice reflete o aumento de preços nos supermercados, por exemplo, e é o mais próximo do IPCA. O IPC corresponde a 30% do índice. Os 10% restantes ficam com o INCC, que mede o aumento de preços para a construção civil, um setor importante para o crescimento o país e para a geração de emprego a nível nacional no curto prazo.

Por isso, o IGP-M busca calcular, de forma majoritária, os impactos a quem produz, dado que quanto maior o impacto a essa indústria, mais difícil de ela se manter no longo prazo. Por isso, a alta acumulada de 45,03% em dois anos preocupa economistas e é mais um fator que contribui para a previsão de uma economia sem crescimento relevante em 2022.

IGP-M
Foto: Daniil Silantev | Reprodução

O reajuste do aluguel

O IGP-M foi impactado, principalmente, pela alta do preço da carne, por causa demanda interna e o reinício das exportações à China, e pela fraca safra de commodities, principalmente por causa das geadas. Apesar de as causas majoritárias afetarem o índice, o que realmente importa é o reajuste do aluguel. E nessa parte, as notícias também não são boas.

Isso porque grande parte dos contratos são reajustados pelo IGP-M. Por isso, a notícia volta a preocupar, dado que em 2020, a alta de mais de 23% aumentou muito o custo das famílias e das empresas. Por isso, é importante apelar para a negociação. Isso porque um aluguel de R$1.200 passará a ser, com o reajuste, de R$1.413,36. Esse aumento de mais de R$200,00 pode fazer falta no final do mês para muitas pessoas.

Por isso, é importante negociar com o dono do imóvel, de modo a procurar uma solução que fique boa para ambas as partes. Além disso, um planejamento financeiro se tornará ainda mais importante a partir de agora.

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