Ibovespa sobe pelo segundo dia consecutivo
O Ibovespa deu mais uma alegria aos investidores na tarde dessa quarta-feira, 24. Isso porque, mesmo começando em baixa, o índice fechou em alta de 0,83%, a segunda alta seguida nessa semana. Apesar disso, isso não mostra um ânimo dos investidores, dado que o motivo da subida veio mais do cenário externo que do interno.
E mais uma vez, as commodities salvaram o índice por aqui. Além disso, falas do presidente do BC, e até Sérgio Moro, animaram o mercado.
Começando por aqui
Começando no cenário interno, o Ibovespa reagiu bem à leitura do texto da PEC dos precatórios que ainda está em pauta no Senado. Apesar disso, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deve votar o texto apenas na semana que vem. Alguns economistas começam a falar em desgaste do mercado em relação à pauta.
Isso porque esse vai e volta do texto começa a, literalmente, incomodar os investidores, que passam a desconsiderar as pautas. Apesar disso, o texto final é importante para medir o impacto dos benefícios sociais na economia brasileira no ano que vem. Mesmo com a votação apenas na semana que vem, outros dados suportaram o Ibovespa.
Isso porque a Modalmais/Futura Inteligência lançou os resultados de sua pesquisa eleitoral. Segundo a consultoria, Sérgio Moro ganha de Bolsonaro no segundo turno, mas perde para Lula. Com isso, o mercado começa a ver o surgimento de uma terceira via aparentemente sólida, que pode acabar com a polarização e, por consequência, com a insegurança política do país. Além disso, a pesquisa mostra que o conhecimento da candidatura de Moro está subindo. A empresa escutou 2.000 eleitores, entre os dias 16 e 20. Você pode ver os dados na íntegra aqui.
Com a boa notícia, segundo o mercado, restaram os dados dos Estados Unidos para animar os investidores a comprarem por aqui. E foi o que aconteceu lá fora.
Cenário internacional ajudou o Ibovespa
Os dados dos Estados Unidos também motivaram o Ibovespa a reverter a sua queda diária. Isso porque o índice chegou a cair 1,15% no dia, mas a terra de Joe Biden parece ter salvado as coisas por aqui. Dados do PIB e da inflação americana animaram, apesar da relativa decepção.
No caso do PIB, os Estados Unidos cresceram 2,1% no trimestre, resultado maior que a primeira estimativa do governo de lá, mas levemente abaixo do que o mercado esperava. O crescimento é um dos grandes fatores para se analisar a saúde de uma economia. Contudo, o índice PCE, a inflação de lá, chegou com alta de 0,6% no mês de outubro, fechando os últimos 12 meses com alta de 5% nos preços por lá. Essa narrativa reforça a inflação global, apesar de os números brasileiros destoarem bastante da média do mundo.
Além disso, uma ata do FOMC, uma espécie de COPOM do FED, mostrou que os diretores estão cada vez mais inclinados a dar força ao tapering, o que o mercado vê com bons olhos. Isso demonstra que a inflação pode começar a baixar nos EUA mais rápido e reabilitar um crescimento econômico já em 2022.