Dólar fecha cotado a R$ 5,58 após reunião do Banco Central

O dólar fechou em forte queda de 1,43%, cotado a R$ 5,5892, nesta quarta-feira (3), após a ata da última reunião de política monetária do Banco Central mostrar que a autarquia considerou elevar a taxa Selic a ritmo mais agressivo e com os participantes analisando a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA).

As atenções seguiram voltadas também para as discussões em torno da aprovação da PEC dos Precatórios e do financiamento do Auxílio Brasil, novo programa que vai substituir o Bolsa Família. Veja mais cotações.

A queda no encerramento é a mais intensa desde 1º de outubro (-1,47%).

Com o resultado desta quarta, o dólar acumula recuo de 1,03% no mês. No ano, ainda há alta de 7,75%.

Cenário para a queda do dólar

Na cena externa, o Fed informou nesta quarta-feira (3) que vai começar a reduzir seu programa de estímulo à economia por meio da compra de títulos.

Segundo o comunicado, a redução será dos atuais US$ 120 bilhões para US$ 105 bilhões, iniciando ainda este mês. A partir de dezembro, as compras serão reduzidas em mais US$ 15 bilhões.

No cenário doméstico, as atenções seguiram voltadas para as preocupações com a inflação e com a trajetória das contas públicas, após o governo ter proposto uma flexibilização do teto de gastos para financiar o Auxílio Brasil, o substituto do Bolsa Família.

No domingo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, evitou falar sobre um plano B para financiar o novo programa social, e disse que a aprovação da PEC dos Precatórios no Congresso é o “plano A” do governo.

Os articuladores do governo insistem na votação da PEC dos Precatórios nesta quarta-feira, marcada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, que vem pressionando os deputados, exigindo presença no Congresso depois do feriado. A medida é crucial para o governo federal conseguir abrir espaço no Orçamento e, assim, materializar o programa Auxílio Brasil e outras promessas como o auxílio a caminhoneiros.

As incertezas fiscais e econômicas têm feito piorar as projeções do mercado para a inflação, taxa de juros e PIB (Produto Interno Bruto).

O mercado financeiro elevou a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021 de 8,96% para 9,17%, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para 2022, a previsão subiu de 4,40% para 4,55%. Para a Selic, a projeção foi elevada de 8,75% para 9,25% no fim de 2021. E, para o fim de 2022, passou de 9,5% para 10,25% ao ano.

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quarta, mostrou que o Banco Central considerou cenários com “ritmos de ajuste maiores na taxa básica de juros” do que o anunciado na última semana — quando a taxa básica de juros subiu para 7,75% ao ano.

Para a alta do PIB deste ano, a expectativa foi revisada de 4,97% para 4,94%. Para 2022, o mercado baixou a previsão de crescimento da economia de 1,40% para 1,20%. Já a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 subiu de R$ 5,45 para R$ 5,50. Para o fim de 2022, avançou também de R$ 5,45 para R$ 5,50 por dólar.

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