Depois de semana turbulenta, dólar fecha essa sexta a R$ 5,26

O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (10), ao final de uma semana de fortes turbulências no mercado financeiro diante dos atos democráticos de 7 de Setembro, das falas golpistas do presidente Jair Bolsonaro – e da carta de ‘pacificação’ publicada por ele.

A moeda norte-americana avançou 0,82%, cotada a R$ 5,2661. Veja mais cotações.

Com o resultado, o dólar subiu 1,59% na semana e acumula alta de 1,86% no mês. No ano, o avanço é de 1,52% ante o real.

O que motivou a alta do dólar essa semana?

Os investidores seguiram monitorando nesta sexta-feira o movimento de caminhoneiros e protestos em estradas pelo país pelo segundo dia consecutivo em apoio ao governo e contra ministros do STF.

Na agenda de indicadores, o IBGE divulgou mais cedo que as vendas do comércio cresceram 1,2% em julho.

O presidente Jair Bolsonaro divulgou na quinta-feira um texto intitulado “Declaração à Nação” no qual afirma que nunca teve “intenção de agredir quaisquer dos poderes”.

Segundo o texto, “as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de ‘esticar a corda’, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia”.

A divulgação da declaração foi um conselho a Bolsonaro do ex-presidente Michel Temer.

Uma venda generalizada de ativos brasileiros dominou o mercado doméstico na quarta-feira e cobrou seu preço na taxa de câmbio, conforme investidores estrangeiros e locais se desfizeram de posições em meio a temores de acirramento da crise institucional doméstica e de seus potenciais desdobramentos sobre as contas públicas e o crescimento econômico.

Protestos contra e a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro marcaram o feriado da Independência no Brasil.

Os atos aconteceram em meio a embates do presidente com o Supremo Tribunal Federal (STF), e em um contexto de queda na popularidade e nas avaliações sobre a administração Bolsonaro – e de uma acentuada crise econômica.

Durante os atos, o presidente fez ameaças golpistas, ao atacar o sistema eleitoral brasileiro, integrantes do STF e governadores e prefeitos que tomaram medidas de combate ao coronavírus.

Bolsonaro dirigiu os principais ataques ao ministro do STF Alexandre de Moraes – e afirmou que não irá cumprir decisões dele.

As ameaças de Bolsonaro foram repudiadas por governadores e parlamentares, com aumento de apoio a um possível impeachment do presidente.

Em resposta aos ataques de Bolsonaro, o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que “ninguém fechará” a Corte e que o desprezo a decisões judiciais por parte de chefe de qualquer poder configura crime de responsabilidade.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.