Deltacron: descoberta nova variante do coronavírus
Cientistas descobriram no Chipre uma nova variante do coronavírus, a Deltacron. A nova cepa tem modificações que misturam as cepas da variante Delta e da variante Ômicron. Segundo especialistas do país, cerca de 25 pessoas já apresentaram os sintomas da nova variante dentro da ilha, que fica no Médio Oriente. Apesar disso, não há maiores informações sobre a letalidade e as taxas de transmissão da nova cepa.
O mapeamento genético de pacientes infectados permitiu a descoberta da variante. Cientistas do laboratório de ciências biológicas da Universidade de Chipre e no Laboratório de Biotecnologia e Virologia Molecular descobriram a deltacron.
Como começou a variante?
Segundo os estudos preliminares da Universidade do Chipre, o país contou com infecções simultâneas, em um mesmo paciente, com as variantes Ômicron e Delta. Por isso, os cientistas acreditam que durante o processo de reprodução celular, parte dos dois vírus conseguiram se unir, formando mais uma variante.
“Existem atualmente co-infecções por ômicron e delta e descobrimos esta cepa que é uma combinação das duas”, disse Leondio Kostrikis, chefe do laboratório. Com a descoberta, o mundo se depara com mais uma cepa. Apesar disso, a comunidade internacional parece acreditar que a nova variante não deve ser diferente das outras. Isso porque as variantes anteriores causaram pânico generalizado que, segundo especialistas, foram exagerados. Agora, sabe-se que a variante Ômicron é menos letal, apesar de se espalhar mais. Além disso, a vacinação completa protege contra os sintomas mais agressivos da doença na grande maioria dos casos. “Veremos no futuro se essa cepa [deltacron] é mais patológica ou contagiosa ou se prevalecerá”, completou Leondio.
No país, quase 70% da população está totalmente vacinada, enquanto cerca de 27% já tomaram a terceira dose. Os índices de vacinação do país são um pouco maiores que o do Brasil, por exemplo, o que seria, segundo especialistas, um ponto favorável à contenção da nova cepa. Os dados são do Our World In Data.
A importância da descoberta da deltacron
A descoberta da deltacron acende um novo alerta na comunidade internacional e relembra que a pandemia ainda não acabou. Apesar de cientistas afirmarem que o coronavírus pode ser uma doença que precisará de vacinação anual, a nova variante sempre causa maior preocupação. Isso porque cientistas precisam mensurar medidas como letalidade e taxas de transmissão para ver os impactos.
Além disso, o Chipre é um país situado no Mar Mediterrâneo e é próximo de países da Europa, do Oriente Médio e da África. Com isso, a localização geográfica permite que o espalhamento da deltacron seja mais rápida que as demais. O país de 1,2 milhão de habitantes também é conhecido por suas praias paradisíacas e pela alta atração de turistas, principalmente no verão europeu. Apesar disso, a estação de frio pode frear a transmissão da nova cepa.
Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não se pronunciou sobre a nova variante, sobre medidas de contenção ou sobre planos da entidade para ajudar o país. Contudo, as entidades de saúde do Chipre afirmam que estão monitorando a nova cepa e que pretendem promover maiores percentuais de vacinação no país.