Crise no sistema imobiliário chinês? Entenda
A crise da Evergrande chocou o mundo pelo tamanho da incorporadora e por seu momento financeiro. Apesar disso, a crise imobiliária na China não está restrita à companhia, porque hoje a Modern Land, outra construtora chinesa, pediu um prazo maior para cumprir com seus compromissos.
O enredo
Recentemente, a Evergrande, segunda maior incorporadora chinesa, ficou conhecida no mundo todo por sua eminente falência. Com uma dívida acumulada de US$300 bilhões, o não pagamento pode causar um estresse econômico no mundo todo.
Apesar disso, a crise era, aparentemente, na empresa somente. Além disso, a crise energética da China estaria atrapalhando a retomada da economia, o que também afetaria a empresa.
Porém, hoje o mundo ficou sabendo que outra empresa do ramo imobiliário da China está com problemas financeiros e já se sabe, também, que o problema está nesse setor por lá. Dessa forma, como o setor emprega rapidamente a população, uma queda na atividade pode, e deve, afetar o crescimento do país e do mundo.
A crise na Modern Land
A empresa pediu, hoje, aos investidores um maior prazo para o pagamento de suas dívidas. Estimada no valor de US$250 milhões de dólares, a alteração do prazo de pagamento vem junto com uma quebra no sistema imobiliário da China.
Isso porque outra empresa do setor, a Fantasia Holdings Group deu um calote de US$206 milhões na semana passada, acendendo mais um alerta para a economia da China.
Além disso, a Modern Land disse que o presidente do Conselho de Administração e o presidente da companhia darão, ambos, um empréstimo de 800 milhões de yuans, o que dá em torno de US$124 milhões para a empresa, o que deve ajudar a salvar parte das dívidas da companhia. Apesar disso, a crise imobiliária continua desfavorável.
As ações da companhia, assim como da Evergrande, despencaram no ano. A queda desde 4 de janeiro foi de 45,29%. Se pegarmos o topo da empresa, a queda é de 77,43%. Apesar disso, as ações da Evergrande deixaram de ser negociadas, enquanto a Modern Land ainda segue em cotação, com um preço de HK$0,46. Com isso, sabe-se, mais uma vez, que o processo se arrasta há anos e o governo chinês não estabilizou o setor.
O que isso afeta por aqui?
A resposta é tudo! Isso porque a China demanda muita matéria prima e importações para funcionar e, caso ela pare de demandar tanto, o Brasil passa a vender menos.
Além disso, o mundo todo começa a sofrer, principalmente com a segunda maior economia do mundo parando. Mesmo com a crise imobiliária, a economia chinesa deve crescer 5% de julho a setembro, o que fica acima de muitas economias.
Isso deve afetar as empresas exportadoras de forma mais relevante, além do setor de mineração e siderurgia. De qualquer forma, a economia brasileira tem tempo para se planejar e dar os passos de forma mais cautelosa.