COP26: Brasil amplia meta de corte de carbono para 2050

Nos embalos da COP26, os integrantes da comissão brasileira firmaram um acordo para cortar 50% das atuais emissões de carbono até 2050. Com o novo patamar, a perspectiva sobe 7 pontos percentuais, ficando acima dos 43% anteriores.

O anúncio foi feito à COP26 através de um vídeo do presidente Jair Bolsonaro e do discurso do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.

Porque é importante o anúncio à COP26?

Dizer para os integrantes da COP26 que o país deseja cortar acima das expectativas a emissão de carbono serve para consolar o mercado externo sobre as políticas do governo. Isso porque Bolsonaro é duramente criticado internacionalmente pela sua fraca política ambiental.

A discordância do mercado internacional para com a política da atual gestão é antiga, desde 2019, quando os índices de desmatamento começaram a tomar força maior na Amazônia. Em 2020, alguns fundos soberanos anunciaram a saída do Brasil por causa da fraca regulamentação nas matas.

No calor do momento, houve desavenças entre o presidente brasileiro e o presidente da França, Emmanuel Macron. Na época, em seu perfil no Twitter, Macron afirmou que “continuar a depender da soja brasileira seria endossar o desmatamento da Amazônia”. Com isso, o país europeu afirmou acelerar os investimentos em produção do grão na Europa.

Devido às críticas, o governo brasileiro arrefeceu o tom do discurso e começou a seguir as ideologias internacionais. Além disso, a troca do ministro do Meio Ambiente também agradou o mercado internacional.

COP26
Foto: Barnabas Davoti – Pexels

O cenário atual

Diante da reunião da COP26, os líderes dos países reacenderam o alerta para a necessidade da redução das emissões. Isso porque os países estão performando abaixo do esperado. Além disso, um relatório da ONU preocupou o mundo, principalmente o Brasil.

Dessa forma, a China pediu que os líderes dos países ricos se mostrem mais abertos ao financiamento internacional e busquem medidas efetivas para ajudar os países pobres. Apesar disso, dentre os cinco maiores emissões de CO2 para a atmosfera estão Brasil, Estados Unidos, China, Rússia e Índia, todos participantes do G20.

Isso quer dizer que as maiores economias não estão fazendo suas partes. Além disso, um relatório da ONU mostra que o Brasil foi o país que mais retrocedeu nas políticas ambientais, em partes causadas pelo discurso do presidente Jair Bolsonaro, segundo especialistas.

Contudo, o governo firmou na COP26 o compromisso de zerar as taxas de emissões de carbono até 2050. Dessa forma, todo CO2 liberado na atmosfera seria compensado com uma força maior à reconstrução das matas ou medidas ambientais. Leite e Bolsonaro ainda afirmaram que o Brasil é uma potência em economia verde e deram como exemplo o uso dos biocombustíveis.

Com o firmamento do acordo, o mercado brasileiro opera em alta de mais de 2%, com a perspectiva de melhores relações entre o Brasil e o mercado internacional. Apesar disso, é necessário que o discurso vire prática, segundo ambientalistas, pois as falas do presidente já foram em vão em outras oportunidades.

O ministério do Meio Ambiente reforça seu ímpeto sustentável e destaca medidas tomadas no governo para a superação da poluição no Brasil.

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