A pandemia da covid-19 provocou uma perda recorde de trabalhadores do comércio brasileiro em 2020. De acordo com a Pesquisa Anual de Comércio (PAC) 2020, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 404,1 mil trabalhadores perderam o seu emprego no primeiro ano da pandemia.
Com essa perda recorde, o comércio fechou o ano com 9,788 milhões de empregados. Esse número foi o menor desde 2011, quando o setor tinha 9,592 milhões de trabalhadores, ou seja, o menor número em nove anos.
Veja abaixo os dados dos três grandes segmentos investigados pela pesquisa:
Comércio varejista: 7,212 milhões;
Comércio por atacado: 1,745 milhões;
Comércio de veículos, peças e motocicletas: 829,4 mil.
Entre estes segmentos, o varejista perdeu 365,4 mil trabalhadores, respondendo por mais de 90% da perda total do comércio brasileiro em 2020. Já o segmento de veículos, peças e motocicletas teve uma perda de 76,6 mil empregados. Em números percentuais, as quedas foram de 4,82% e 8,46%, respectivamente.
Por outro lado, o comércio por atacado viu o número de trabalhadores crescer no primeiro ano da pandemia. A saber, o segmento registrou aumento de 2,22% do pessoal.
“O atacado foi um pouco mais resiliente diante do primeiro ano de pandemia… O fato de, em 2020, o comércio internacional ter apresentado um comportamento mais expressivo também eleva o setor atacadista a resultados que divergem um pouco do que foi exibido pelo varejo”, disse a gerente de Análise Estrutural do IBGE, Synthia Santana.
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Número de empresas também tem queda recorde
Além disso, o IBGE também revelou que o número de empresas comerciais fechou o ano com uma retração percentual recorde.
“Com a queda de 7,4%, havia no país, em 2020, 1,3 milhão de empresas comerciais, o segundo menor número desde o início da série histórica da pesquisa, atrás apenas do registrado em 2007”, disse o IBGE.
Veja abaixo os dados dos três grandes segmentos investigados pela pesquisa:
Comércio varejista: 1,006 milhão;
Comércio por atacado: 206,9 mil;
Comércio de veículos, peças e motocicletas: 125,8 mil.
Enquanto o comércio varejista fechou 8,66% das empresas em 2020, o comércio de veículos teve um resultado ainda mais expressivo (-9,91%). Em contrapartida, o segmento por atacado viu o número de empresas crescer 1,33% em relação a 2019.
“Muitas modificaram a forma de entrega, como a retirada por drive thru e o envio em casa. Entre as empresas em que essa mudança não foi possível, houve uma perda significativa, como no segmento de tecidos, vestuário, calçados e armarinho, que tem uma experiência de compra que exige mais o toque do produto e a experimentação”, explicou Synthia.
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