Banco Central aumenta juros novamente por conta da inflação

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou na quarta-feira (03/08) os juros básicos da economia brasileira de 13,25% para 13,75% ao ano. Ademais, espera-se que esse seja o último aumento da Taxa Selic para 2022. Entretanto, segundo o comitê, haverá uma avaliação em setembro acerca dos juros.

O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Taxa Selic),  é utilizado como referência para todas as taxas de juros no mercado brasileiro. Todavia, o Copom é o responsável por definir o seu valor, e se reúne mensalmente para estabelecer os juros básicos da economia brasileira.

É importante ressaltar que o Banco Central utiliza a Taxa Selic para buscar um maior controle da inflação no país. aliás, isso ocorre em razão de que com os juros altos, há um menor investimentos e empréstimos, desacelerando o consumo, tendo como consequência a queda inflacionária. Quando a inflação está em baixa, o BC pode reduzir a Selic, incentivando o consumo no país.

A princípio, o BC possui uma meta inflacionária para o ano. Com isso ele busca conter a alta dos preços definindo um valor para os juros básicos, para dessa maneira, conseguir seus objetivos. Desse modo, ele ainda leva em consideração a atividade econômica, as contas públicas e o cenário externo. Esse tipo de instrumento também é utilizado para outros países, como o Fed nos Estados Unidos e o Banco Central Europeu.

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Cenário de incertezas

É preciso observar que a alta da inflação não está acontecendo apenas no Brasil. O mundo inteiro vem acompanhando uma alta nos preços, em razão de uma instabilidade na cadeia de produção e do aumento do consumo causado pela crise da covid. Há um recorde na inflação em países como os EUA e Reino Unido, por exemplo. Nestas regiões os juros também vêm crescendo.

O fato é que no Brasil a inflação vem se expandindo desde 2012, e por essa razão a taxa Selic também apresentou uma grande alta, indo de 2% para 13,75%, o maior valor desde 2016 quando ela alcançou os 14%. Em conclusão, o aumento da taxa pode conter a inflação, mas é um remédio amargo, visto que freia o crescimento econômico do país.      

A decisão já era esperada por analistas financeiros. Este foi o 12º reajuste da taxa seguido. O BC afirma que há uma preocupação sobre a alta de preços, mas se houver um aumento na Selic, nas próximas reuniões, deverá ser de 0,25% apenas. De acordo com o banco, “o comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”. 

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Alta da Inflação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em junho com uma alta de 11,89% no acumulado de 12 meses. Esta é a maior alta para o mês desde 2015. No entanto, convém observar que para a prévia de agosto, deverá haver uma queda do índice, causado por uma diminuição no preço da gasolina e da energia elétrica. 

A grande preocupação do BC está relacionada ao fato de que o IPCA está acima do teto inflacionário, visto que o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu como meta, uma inflação de 3,5%, com uma tolerância de 1,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Isto quer dizer que o índice de preços não poderia ficar acima de 5% nem abaixo de 2%.

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No fim do mês passado, através do relatório de inflação, o BC fez uma estimativa sobre a alta dos preços, considerando um aumento percentual de 8,8%.  O banco irá anunciar um relatório atualizado em setembro que  deve apresentar números inferiores, visto que a inflação de agosto tem uma tendência de desaceleração.

O mercado financeiro tem previsões mais otimistas visto que o Boletim Focus, pesquisa econômica semanal divulgada pelo BC, aponta um aumento de preços de cerca de 7,15% em 2022. Em junho, as estatísticas estavam em 9%.Por essa razão, o BC vem aumentando a taxa Selic todos os meses.

Como os juros afetam a economia como um todo. Espera-se que o país cresça menos, com a previsão de um Produto Interno Bruto (PIB) de 1,97%. Em suma, com a alta dos juros básicos, o crédito também fica mais caro, desestimulando tanto a produção quanto o consumo dos brasileiros.

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