Uma das notícias que mais mexeu com o cenário eleitoral até agora foi a possibilidade da chapa Lula-Alckmin não acontecer. Isso porque há uma disputa entre partidos em algumas regiões eleitorais. Além disso, a saída de Alckmin do PSDB abriu caminho para que novas siglas negociem com o paulista, o que afeta diretamente o PT.
Contudo, nas últimas semanas, PT e PSB, provável sigla de Alckmin, brigam para decidir quem se lançará nas regiões de Pernambuco e São Paulo. Caso não haja acordo, a chapa pode ser desfeita.
Alckmin com Lula
O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, se desfiliou do PSDB de um modo bastante polêmico. Isso porque o paulista saiu em meio a prévias do partido que escolheu João Dória como postulante à presidência. Sabendo que o partido não poderia ter um candidato a presidente e um vice em outra chapa, Alckmin teria saído da sigla para ser companheiro de Lula nas eleições.
Contudo, a primeira polêmica gerada foi a de que, em 2006 e 2018, Alckmin e Lula foram adversários na corrida eleitoral. Em 2006, brigando diretamente no segundo turno, houve fortes desavenças entre os candidatos, que levantaram argumentos fortes um contra o outro. Já em 2018 o cenário foi diferente: com o maior tempo de televisão entre os candidatos, Alckmin não ficou entre os 6 primeiros colocados na votação.
Agora, depois de 33 anos no PSDB, Alckmin saiu, segundo fontes, com a esperança de ser convidado por Lula para formar uma chapa. O candidato petista, que tem os votos da esquerda, buscará agora uma forma de se conectar com o eleitorado do centrão em busca de mais votos.
Os problemas da aliança
Desde que saiu do PSDB, o PSB é a sigla tida como favorita para filiar Alckmin. Com uma boa circulação no centrão e com conversas contundentes com o PT, a sigla seria a ideal para formar a chapa na presidência. Contudo, PT e PSB disputam, um contra o outro, diretamente em alguns estados. Por isso, a negociação tomou um viés mais regional.
Isso porque em São Paulo, ambas as siglas querem lançar candidaturas próprias. O mesmo acontece em Pernambuco. Contudo, fica controverso lançar uma chapa nacional e, nos Estados, atentar-se uns contra os outros. Dessa forma, esse pode ser o maior empecilho para as siglas. Para piorar, o PSB passou a cogitar uma chapa com Alckmin e Ciro Gomes, do PDT, sigla que não tem grandes lançamentos estaduais no país. Segundo analistas, essa opção seria a mais fácil para ambos os partidos. Contudo, isso deixaria Lula com opções limitadas para a vice-presidência.
Em sua rede social, Caio França, do PSB, postou uma foto lendo o livro de Ciro Gomes, o que indica fortemente que os partidos andam conversando. Apesar disso, Lula já afirmou que esperará o mês de março para lançar sua chapa oficialmente. Ciro Gomes e Alckmin ainda não se manifestaram, mas ambos afirmaram, em entrevistas anteriores, que as chapas ainda estão em discussão.
