Fim da CPI da Covid pode impactar a bolsa
A CPI da Covid entra na sua reta final nessa semana, buscando os últimos detalhes para lançar o seu relatório final, que deve sair na próxima terça-feira, 19. Apesar de não ter feito muito barulho durante as investigações, isso pode mudar.
Isso porque Renan Calheiros já afirmou que “com certeza” Bolsonaro será indiciado.
Quem será indiciado?
É praticamente impossível listar todos os nomes das pessoas que a CPI da Covid indiciará. Isso porque a Comissão tratou de diversos assuntos durante a sua existência. Agora, o relatório é só uma questão de tempo.
Nesse meio tempo, a CPI investigou problemas na compra e na logística de vacinas, além de ter descoberto, supostamente, um “gabinete do ódio” que determinou regras e afrouxamentos de medidas preventivas na pandemia. Ele é, supostamente, formado por integrantes externos ao governo, todos apoiadores.
Segundo Renan Calheiros à Globo News, mais de 11 crimes deverão ser atribuídos ao presidente Jair Bolsonaro, desde crimes de responsabilidade (que leva ao impeachment) até crimes comuns e contra a saúde pública. Por outro lado, a CPI não tem poder de indiciar.
Isso porque o relatório não é um meio legal para prender, de fato, cidadãos. Ele é, por outro lado, uma indicação para que os órgãos competentes julguem e apliquem as penas cabíveis na lei.
E como isso impacta o mercado?
O Ibovespa pode sofrer com a CPI da Covid, mas não por causa do relatório, mas por causa dos desdobramentos. Isso porque se Bolsonaro for, de fato, acusado, o Legislativo pode abrir um processo de impeachment.
Com isso, a bolsa operaria em quedas bruscas e relevantes, podendo atingir valor ainda mais baixos que opera hoje. Apesar da queda no ano de mais de 4%, a bolsa ainda tem mais espaço para cair, segundo analistas.
Caso haja mais um processo de impeachment, não é apenas a bolsa que deve sofrer. A economia sofrerá um impacto forte, com a saída de capitais e a diminuição dos investimentos externos.
Com isso, somando a inflação, a alta de juros e uma previsão de PIB bem abaixo da média mundial, um desligamento do presidente (ou uma simples abertura de processo), pode ser mais um fator pesando na retomada econômica.
Será que dá impeachment?
O relatório da CPI da Covid não deve causar grandes surpresas na política e também não afetará o mercado quando for lançado, no dia 19 de outubro. Apesar disso, a oposição usará o relatório para abrir novos processos.
Contudo, Bolsonaro já soma mais de 130 processos de impeachment parados na Câmara, principalmente devido ao presidente da casa, Arthur Lira, ser seu aliado. Contudo, alguns ramos da oposição também não querem o processo.
É o caso da bancada do PT e do PSOL. Alguns integrantes afirmam que o processo de impeachment não é necessário. Os que apoiam, no entanto, fazem pouco para o andamento dos processos. Na prática, isso serve para que a polarização Lula x Bolsonaro persista. Segundo as pesquisas, Lula ganharia nesse cenário.
Com isso, Bolsonaro deve manter seu mandato até o final, apesar das crises na política. A não ser que o governo receba mais uma bomba.