Tesouro Direto terá título para aposentadoria
O Tesouro Direto pretende lançar, ao longo de 2022, produtos voltados à aposentadoria dos investidores. Espelhado nos títulos americanos de longo prazo, os novos papéis devem focar na renda passiva dos investidores com prazo de 30 a 40 anos, segundo o secretário do Tesouro, Paulo Valle. A ideia é fornecer ao investidor os valores estimados de depósito para que ele tenha uma renda passiva, no futuro, definida por ele mesmo.
Ao anunciar a novidade, economistas e jornalistas levantaram o questionamento da concorrência com os atuais fundos de previdência privada. Contudo, ao que se sabe, são produtos que funcionam de forma distinta.
O que será o Tesouro Direto – Previdência?
O Tesouro Direto-Previdência será um título da dívida pública para os investidores que querem focar em renda passiva para o longo prazo. A ideia é funcionar como uma previdência pessoal, ou seja, o cidadão fazendo a sua própria aposentadoria. Hoje, isso só é possível através da via privada, mas economistas alertam que os títulos públicos podem dar mais segurança aos investidores.
Isso porque os fundos de previdência privada, além do risco de falência, possuem investimentos que, no final das contas, pode dar rendimentos baixos. No mercado, é possível ver títulos de previdência privada com rendimentos abaixo do CDI, a taxa básica dos investimentos. Com isso, no longo prazo, o investidor acaba perdendo dinheiro. Hoje, no mercado, muitos dos títulos de previdência privada não batem o CDI, o que o investidor pode fazer comprando um simples Tesouro Selic.
Por isso, o Tesouro Direto-Previdência busca ser mais uma alternativa para que o investidor consiga ter rendimentos sólidos no longo prazo. Com isso, emprestando o dinheiro ao governo, espera-se que esses títulos operem com taxas boas e que mantenham a atual segurança do Tesouro Direto.
Como funcionará o título?
Ainda não se sabe efetivamente como funcionará o Tesouro Direto-Previdência. Apesar disso, a entrevista do secretário Valle nos diz algumas pistas do que está por vir. Além do prazo extenso, o Tesouro Direto ainda busca outros tipos de títulos, principalmente voltados à pauta ESG.
O prazo de 30 a 40 anos se iguala ao mercado ao colocar o longo prazo no radar. Além disso, a grande novidade é fornecer ao investidor os valores mensais que ele receberá quando o título vencer, bem como mostrar cálculos com a rentabilidade. Hoje, uma rentabilidade de 3% acima da inflação, com um depósito de R$264 fornece uma renda passiva de R$1.000 no futuro. Por isso, a depender da rentabilidade, pode ser que os valores ainda sejam alto, não sendo acessível a todos os investidores.
Na pauta ESG, o Tesouro Direto que lançar títulos vinculados à agenda mundial de conservação do planeta. Contudo, segundo o secretário, ainda falta um benchmark, ou seja, um indicador de comparação para esses títulos. Vale lembrar que o mundo caminha para a conservação da atividade ambiental. Atualmente, o mundo coloca diversas sanções econômicas a países que não respeitam o meio ambiente. Por outro lado, os títulos ESG não têm efetividade real, ou seja, servem apenas de faixada para arrecadar dinheiro para financiamentos comuns. A ideia do Tesouro Direto é fazer com que a realidade mude de fato.