COPOM eleva a Selic a 9,25%; veja o que muda

Conforme o esperado pelo mercado financeiro, no fim da tarde de ontem, 8, o Comitê de Política Monetária (COPOM) subiu a taxa Selic para 9,25% ao ano, um aumento de 1,5 ponto percentual. Agora, a renda fixa fica ainda mais rentável, mas a economia fica mais desacelerada. Além do aumento, a entidade deixou claro que pode decidir por um aumento de mesma magnitude na próxima reunião, que será apenas em 2022.

A taxa Selic é a maior desde julho de 2017. Agora, a economia deve sofrer mais uma desaceleração, o que afeta o emprego e a renda das famílias mais pobres. Apesar disso, a intenção do Banco Central é diminuir a alta dos preços, conhecida como inflação.

Tudo nos conformes

O mercado financeiro já previa a alta da Selic para 9,25%. Apesar disso, economistas eram unânimes em falar que o COPOM poderia aumentar mais, caso entendesse que a inflação fugiu do controle. Contudo, a entidade decidiu seguir o “regulamento”.

Com a alta da Selic, diversas consequências vêm diretamente para a economia. A primeira é o aumento do custo do crédito. Com isso, empréstimos e financiamentos se tornam mais caros, fazendo os empreendedores pensarem duas vezes antes de abrir ou impulsionar seus negócios. A alta do crédito deixa as prestações menos atrativas para quem quer melhorar ou criar o negócio próprio. Por isso, além de lidar com as incertezas da empresa, o alto custo do crédito desanima ainda mais pessoas. Com isso, a população sofre também. Com as empresas expandindo menos ou, ainda, nem abrindo, o Brasil cria menos empregos, o que significa menos renda.

A alta da Selic também encarece as taxas do cartão de crédito, uma das maiores dívidas do país em percentuais e em número de pessoas. Com isso, pagar a fatura em dia se torna ainda mais fundamental, dado que não é incomum os juros passarem dos 300% ao ano. Dessa forma, os clientes de bancos podem sofrer consideravelmente.

Nos investimentos, a Selic mais alta muda tudo

Com a Selic mais alta, o COPOM coloca uma dose a mais de esperança nos investidores amantes da renda fixa. Com a taxa básica de juros subindo, o CDI também sobe e coloca em patamares mais altos os rendimentos de todos os títulos.

Dessa forma, o Tesouro Direto abriu hoje com taxas mais atrativas. Além disso, o Tesouro Prefixado subiu de 10,08% ontem para 10,98% hoje, uma alta considerável. No prazo, que vai até 2024, isso representa uma diferença de R$48,61 para quem decidir investir R$1.000. Além disso, os títulos de renda fixa (CDB, LCI, LCA, entre outros) que estão atrelados ao CDI passam a render mais também. Já na parte das contas digitais, como Nubank, o rendimento também será maior.

Na parte da poupança, ela deixa de render 70% da Selic e passa a render, fixamente, 0,5% ao mês. Isso dá uma taxa de 6,17% ao ano fixos. E você deve fugir da poupança, o que nós explicamos nesse texto aqui.

Apesar do aumento de hoje, o mercado acredita que não parou por aí. Gestoras e bancos acreditam numa Selic a 12% no topo, o que deve acontecer na segunda reunião do ano que vem. Após isso, economistas acreditam na desaceleração da taxa de juros, caso a inflação se comporte conforme o desejado.

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