PIB sobe 4% em relação a 2020, mas Brasil está em desaceleração

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil subiu 4% nos últimos 3 meses em comparação ao ano de 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entretanto, os dados oficiais reforçam a leitura de forte desaceleração da recuperação da economia após o PIB ter conseguido retomar no início do ano o patamar pré-pandemia.

A recessão técnica é caracterizada por dois trimestres seguidos de retração. A última tinha sido registrada nos dois primeiros trimestres de 2020, quando o PIB ‘encolheu’ 2,3% e, em seguida, 8,9%.

O resultado do 2º trimestre do ano foi revisado para uma queda de -0,4%, contra leitura inicial de queda de -0,1%. O IBGE também revisou o resultado da alta do 1º trimestre, de 1,2% para 1,3%

O resultado veio um pouco pior do que o esperado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de estabilidade no 3º trimestre sobre os três meses anteriores.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é o principal indicador usado para medir a evolução da economia. No acumulado do ano até setembro, o PIB avançou 5,7% contra igual período do ano passado.

Principais destaques do PIB no 3º trimestre:

  • Agropecuária: -8%
  • Indústria: zero
  • Serviços: 1,1%
  • Consumo das famílias: 0,9%
  • Consumo do governo: 0,8%
  • Investimento (FBCF): -0,1%
  • Importação: -8,3%
  • Exportação: -9,8%
  • Construção: 3,9%
  • Comércio: -0,4%

Consumo das famílias e investimentos

Pela ótica da despesa, o consumo das famílias teve expansão de 0,9%, em relação ao trimestre imediatamente anterior, influenciado pelo aumento na ocupação no mercado de trabalho, pela expansão do crédito a pessoas físicas e pelo avanço da vacinação. Já a despesa de consumo do governo cresceu 0,8%.

Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) tiveram queda de 0,1%.

A taxa de investimento no 3º trimestre foi de 19,4% do PIB contra 16,4% no mesmo período do ano anterior, mas ainda abaixo do patamar de 2013, quando alcançou quase 21%.

Já a taxa de poupança foi de 18,6%, maior que os 16,2% obtidos no mesmo período de 2020.

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