IPCA-15: prévia da inflação vem acima das expectativas
A prévia da inflação nunca foi tão importante para o mercado quanto hoje. Isso porque com a alta dos preços, qualquer indicador que mostre a variação dos preços é fundamental para fazer previsões da economia. E o IPCA-15 decepcionou mais uma vez. No mês de novembro, a prévia do IPCA ficou em 1,17%, acima dos 1,05% esperados pelo mercado.
E os dados assustadores não param por aí: foi a maior prévia para o mês em 19 anos, com a gasolina saltando 6,62% nas estimativas, que dá um total de 48% em 12 meses.
IPCA-15 assustou
A alta da inflação é uma realidade do mercado brasileiro e o resultado do IPCA-15, mais uma vez, derrubou as falas dos ministros da Economia e do presidente do Banco Central. Há dois meses, ambos afirmavam que a inflação cairia. Contudo, o mercado não viu isso.
O IPCA-15 fechou no maior patamar para novembro desde 2002. O resultado não foi maior que o mês passado, quando a inflação subiu 1,20%. Apesar disso, a desaceleração esperada para o índice está bem abaixo do necessário. Com o resultado parcial, a inflação fecha uma alta de 9,57% apenas em 2021. Nos últimos 12 meses, porém, o IPCA fecharia, com esses níveis, a 10,73%, levemente abaixo do topo da inflação, que foi de 10,84% em fevereiro de 2016.
Com o resultado do mês, a inflação brasileira segue em patamares elevados, atingindo o dobro da meta estipulada pelo Banco Central no início do ano. Isso porque o IPCA fechou em 10,73%, ante 5,25% esperados pela entidade em janeiro. Vale lembrar que a inflação acumulada de 2020 ficou em 4,52%.
O poder da gasolina
Como todos os meses, a gasolina foi uma das principais vilãs da inflação. No mês de novembro, a alta do produto foi de 6,62%, o que resulta em um aumento de 48% em 12 meses. Sozinha, ela representou 0,4 ponto percentual do IPCA-15.
Além disso, outros bens ligados à petroquímica subiram no período. O diesel subiu 8,23%, o etanol subiu 7,08%, enquanto o gás veicular subiu menos, na casa dos 2,59%. E com esses atuais patamares, o etanol engata uma alta de 62,56% e o diesel 48,12%.
Além disso, o gás de cozinha também pesou no bolso do brasileiro, assim como a energia elétrica. A alta do gás de cozinha foi de 4,34%, enquanto a energia elétrica subiu 0,93%, um resultado bem menor que o do mês passado, quando subiu 3,91%.
Com o resultado mensal, alguns setores sofreram mais que outros. O setor de alimentação e bebidas subiu 0,40%, enquanto o setor de habitação subiu 1,06%. Já o setor de artigos de residência subiu 1,53%. Vestuário 1,59%, enquanto o transportes, maior alta do mês, subiu 2,89%. Das menores altas, educação ficou com o menor patamar, em 0,01%. Saúde e cuidados pessoais subiram 0,61% e comunicação 0,32%.
Nas capitais brasileiras estudadas, Goiânia teve o maior aumento de preços, com média de 1,86%. No outro lado, Belém teve a menor alta, com 0,76%.