Superávit da Balança Comercial atinge número recorde em março de 2023
Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior registraram superávit histórico na balança comercial brasileira no último mês de março. De acordo com o órgão, esse é o maior superávit desde 1989, quando se deu início a série histórica da balança comercial brasileira.
A balança comercial registra superávit quando as exportações superam as importações. Do contrário, o resultado é deficitário. E os números dão conta de que o país exportou US$10,956 bilhões a mais do que importou. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 37,7%.
O resultado em março de 2023 puxa o acumulado dos três primeiros meses do ano, em que o país também acumulou saldo positivo de US$16,068 bilhões, 29,8% a mais do que o acumulado nos três primeiros meses de 2022. Até o fechamento do mês passado, o maior saldo positivo mensal havia sido registrado em junho de 2021 (+US$ 10,41 bilhões).
Os resultados das exportações devem-se, mais do que aos preços praticados no mercado internacional, ao volume comercializado, já que o volume exportado subiu 18,5%, mas os preços médios caíram 5,6%. Em relação à queda no volume das importações, isso se deve à desaceleração da economia nacional.
Setores responsáveis
Os maiores responsáveis pelo resultado divulgado nesta segunda, 3 de abril, são as exportações de milho, soja e petróleo. Na indústria extrativa, que envolve a exportação de minérios e petróleo, o volume exportado teve uma alta de 57,8%, resultado expressivo para a balança comercial, ainda que os preços médios praticados tenham caído 20,5%. Com alta de 102,7% em relação a março de 2022, o petróleo bruto está entre os responsáveis por elevar esse índice, após recuperar plataformas que estavam em parada de manutenção.
Na agropecuária, outro setor envolvido ativamente neste número recorde, produtos como arroz com casca (+457,4%), milho não moído, exceto milho doce (+6.138,9%) e soja (+8,9%)tiverem bom desempenho nas exportações, incorporando o superávit da balança comercial, compensando a queda na venda do café e algodão.
Na indústria extrativa, os minerais brutos tiveram alta de 131,7% nas exportações e na indústria de transformação os números mais expressivos foram vistas nas carnes de aves, que tiveram aumento de 23,1%, açúcares e melaços, com 39,8% de aumento e farelos de soja e alimentos para animais que registraram alta de 37,3% nas exportações.
Os maiores compradores do Brasil nesse mês foram a China (Hong Kong e Macau, parceiros comerciais em amplo crescimento), seguidos da União Europeia, com US$11,1 bilhões e US$5,02 bilhões, respectivamente.
Resumos dos destaques
Soja: US$ 7,35 bilhões, com alta de 8,9% sobre março do ano passado;
Óleos brutos de petróleo: US$ 5,59 bilhões, com aumento de 53,8%;
Minério de ferro: US$ 2,36 bilhões, com queda de 19,7%;
Farelos de soja: US$ 1,11 bilhão, com elevação de 37,3%;
Carnes e aves: US$ 902 milhões, com aumento de 23,1%.
No caso das compras internacionais, o Brasil importou menos milho, soja, petróleo, gás natural, inseticidas e agrotóxicos e válvulas e tubos termiônicos.
Estimativa
A estimativa do governo é que a manutenção das altas gere, ao final do ano, US$84 bilhões de saldo positivo, o que representaria novo recorde na balança comercial. No ano passado, o país fechou com US$62,3 bilhões.