Shein tem roupas até 400% mais baratas do que as lojas concorrentes no Brasil
Uma pesquisa realizada pela BTG Pactual investigou se montar seu guarda-roupa na Shein é realmente mais econômico. Os resultados são surpreendentes!
A varejista de moda asiática Shein alcançou um enorme êxito no mercado brasileiro em 2022.
Com vendas superiores a R$ 7 bilhões em produtos, a empresa se posicionou como a terceira maior varejista do país, ficando atrás somente da Riachuelo e da Lojas Renner.
Embora fosse pouco conhecida pelos consumidores brasileiros até recentemente, a Shein já tinha potencial para alcançar a liderança do mercado de moda local ainda este ano.
Com o objetivo de atingir essa meta, a empresa começou a investir em publicidade no Brasil, contratando influenciadores e oferecendo vantagens especiais para os brasileiros, como frete grátis e cupons de desconto.
De acordo com estimativas do banco BTG Pactual, a Shein teria um faturamento de cerca de R$ 16 bilhões em 2023, mais do que dobrando seu volume de vendas.
Fiscalização
No entanto, a decisão do governo federal de intensificar a fiscalização das encomendas provenientes do exterior representa um desafio para esse plano.
O que pode impactar os planos de expansão da empresa no mercado brasileiro.
A maioria das remessas internacionais para o Brasil aproveita o limite de US$ 50 para compras entre pessoas físicas, apesar de remessas de empresas como a Shein serem de origem jurídica.
O governo promete ser mais rigoroso nas inspeções, o que provavelmente aumentará o volume de encomendas tributadas pela Receita Federal.
Caso essa mudança se confirme, pode haver uma desaceleração nas vendas das varejistas no Brasil e a Shein pode perder um importante diferencial competitivo: o preço baixo.
As roupas da Shein são mais acessíveis em comparação com outras marcas?
Na terça-feira (2 de maio), o banco BTG Pactual divulgou um relatório que constatou que as peças vendidas pela Shein, originárias da China, podem ser até 400% mais acessíveis em comparação com as principais concorrentes no Brasil, como a Lojas Renner, Riachuelo e C&A.
O banco realizou uma pesquisa sobre o preço médio de roupas e acessórios vendidos nos sites e lojas de moda, com o objetivo de calcular o custo total de montar um guarda-roupa completo de cada marca.
Conforme o levantamento, os custos para montar um guarda-roupa completo com as marcas avaliadas foram os seguintes:
- Shein: R$ 649;
- Renner: R$ 1.090;
- Riachuelo: R$ 990;
- C&A: R$ 990.
Assim, a maioria das peças é mais econômica se comprada na Shein.
A única exceção apontada no estudo foram as blusas, que podem ser até 40% mais baratas nas concorrentes locais.
No entanto, mesmo somando o restante do guarda-roupa, as roupas da varejista asiática ainda são mais baratas.
Ao final, concluiu-se que é mais vantajoso montar um guarda-roupa com peças da varejista asiática em todos os casos avaliados.
Em comparação com a Renner, por exemplo, o cliente pagaria quase 70% a mais para comprar um conjunto de roupas e acessórios similares aos disponíveis na Shein.
Mais pontos, mais descontos na Shein
Para economizar nos produtos da Shein, é possível acumular pontos por meio do sistema de recompensas da loja.
Há duas maneiras de fazer isso: a primeira é durante o cadastro, em que o cliente pode receber até 100 pontos ao confirmar o endereço de e-mail.
A segunda é ao confirmar o recebimento do pedido, quando o cliente ganha 1 ponto para cada dólar gasto na loja. Esses pontos podem ser trocados por descontos em compras futuras.
Além das formas de acumular pontos mencionadas anteriormente, ao deixar um comentário sobre o produto recebido, o cliente pode ganhar de 5 a 10 pontos, desde que envie uma foto do item.
Se a avaliação também incluir informações sobre o tamanho da roupa, o cliente pode ganhar mais 2 pontos.
A Shein também realiza eventos e atividades especiais que oferecem pontos extras pelo aplicativo.
Produção no Brasil
No mês passado, a Shein anunciou que investirá R$ 750 milhões no Brasil, visando a estabelecer parcerias com fornecedores locais e produzir 80% das peças vendidas no país.
No entanto, ao nacionalizar sua produção, é possível que a Shein perca sua vantagem de preço, uma vez que estará sujeita aos mesmos impostos e custos que suas concorrentes.
Apesar disso, a Shein tem um diferencial importante que outras varejistas estrangeiras não possuem: uma forte capacidade de entender e atender às necessidades dos consumidores, produzindo rapidamente em pequenos lotes e promovendo seus produtos com uma forte presença nas redes sociais.
Por isso, mesmo que os preços das peças da Shein aumentem a médio prazo, a BTG acredita que a varejista chinesa continuará sendo a preferida dos consumidores brasileiros.