Quase metade dos brasileiros fizeram bicos para complementar renda em 2021

Você já teve que fazer algum bico para complementar a sua renda no final do mês? Se a resposta é sim, então saiba que você não está sozinho. Nova pesquisa do Instituto Cidades Sustentáveis mostra que mais de 76 milhões de brasileiros (45% da população) tiveram que recorrer a alguma atividade extra para conseguir pagar as contas no ano de 2021.

A pesquisa não é comparável com nenhuma outra, já que esta foi a primeira vez que o Instituto fez o levantamento em um nível nacional. Até aqui, o Instituto atuava apenas com os dados de renda do estado de São Paulo. Assim, não é possível saber se há um crescimento do trabalho informal neste sentido, ou se o número é natural para a época.

O que dá para dizer é que o serviço extra mais realizado pelos brasileiros em 2021 foi o de serviços gerais. Estima-se que 13% da população teve que fazer faxina ou algum outro tipo de manutenção. Na lista de bicos mais realizados está também a produção de alimentos para vender (8%), e a venda de roupas e de outros artigos usados (6%).

Ainda de acordo com a pesquisa, três quartos da população do Brasil percebeu um aumento da pobreza no último ano. O levantamento aponta que 47% dos brasileiros conhecem alguma pessoa que possui alguma dificuldade para comprar alimentos no atual cenário econômico do país. O Sudeste é a região que apresenta a maior percepção.

De acordo com a pesquisa, 53% dos brasileiros que moram no Sudeste perceberam um aumento de pessoas em situação de pobreza. Já o Sul registra a maior taxa de cidadãos que percebem uma maior quantidade de indivíduos trabalhando nos semáforos, o que também pode ser lido como uma elevação nos índices de pobreza.

Pobreza

No último mês de junho, o instituto Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) revelou que 33 milhões de brasileiros estão sem renda e passando fome no Brasil. São 14 milhões a mais do que o registrado no ano anterior.

O mesmo levantamento mostra ainda que quase 60% da população brasileira vive em situação de insegurança alimentar. São pessoas que não comem adequadamente e que podem contrair problemas de saúde por este motivo.

“A pandemia surge neste contexto de aumento da pobreza e da miséria, e traz ainda mais desamparo e sofrimento. Os caminhos escolhidos para a política econômica e a gestão inconsequente da pandemia só poderiam levar ao aumento ainda mais escandaloso da desigualdade social e da fome no nosso país”, disse Ana Maria Segall, que é médica epidemiologista e pesquisadora da Rede Penssan.

Aumento do Auxílio Brasil

Nesta semana, o Governo Federal iniciou os pagamentos da 10ª rodada do programa Auxílio Brasil. De acordo com as informações oficiais, a partir deste mês de agosto, os usuários passam a receber o saldo com um acréscimo extraordinário de R$ 200.

O aumento só foi possível por causa da aprovação da chamada PEC dos Benefícios. O texto, que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, prevê a liberação de R$ 24 bilhões para que o Governo Federal consiga turbinar o programa.

Oficialmente, membros do Palácio do Planalto dizem que o aumento no valor do Auxílio Brasil tem como objetivo ajudar as famílias que estão passando fome no país. A PEC indica que os repasses turbinados serão concluídos em dezembro deste ano.

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