PTB oficializa convite a Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro precisa dar um passo importante para uma possível reeleição no ano que vem: escolher um partido. E o PTB está disposto a tomar esse posto.
Apesar disso, a sigla não tem a preferência do presidente, que deve se juntar a outro partido.
Entenda
Para que um presidente seja eleito, é preciso que ele se filie a algum partido político. Por isso, Bolsonaro, hoje, estaria inelegível.
Por isso, o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), fundado por Getúlio Vargas, enviou oficialmente um convite ao presidente para que ele se filie à sigla. Isso porque a bancada é próxima da ideologia do atual chefe do Executivo, mas foi centro de polêmicas recentes.
Roberto Jefferson, agora expulso do partido, é investigado por supostamente fazer parte das milícias digitais. Elas teriam divulgado notícias falsas e caluniosas contra opositores durante as eleições de 2018. A investigação já levanta o nome de alguns dos filhos do presidente.
Além disso, o partido também expulsou blogueiros bolsonaristas investigados. A ex-deputada Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, foi alvo de retaliações no partido e também foi desligada.
Com uma base fiel e forte, o presidente Bolsonaro tem chances reais de reeleição, apesar de as pesquisas mostrarem o contrário. Isso porque falta um ano, aproximadamente, para as eleições e as ações do governo estão buscando atender às classes mais baixas.
Por outro lado, Lula, principal adversário do atual presidente nas eleições, ainda é muito tímido em suas colocações políticas e não parece ter muita relevância até o momento. Apesar disso, ele aparece na liderança nas pesquisas, vencendo a maioria dos segundos turnos.
O sonho é o PP
Apesar do convite do PTB, Bolsonaro parece estar mais próximo do PP (Partido Progressista). Se ele for para o partido, a mudança no cenário político pode ser forte.
Isso porque se o presidente for para o PP, pode mobilizar a ida de 40 deputados para a sigla, o que a tornaria a maioria da Câmara e daria alto poder de decisão para o partido. Apesar disso, nada está definido. Porém, fontes do partido dão como certa a parceria entre o presidente e o PP.
A sigla seria maior, inclusive, que o União Brasil, uma junção entre PSL e DEM. Essa nova sigla teria 82 deputados e poderia se tornar uma oposição forte ao presidente. Porém, Bolsonaro não parece disposto a aceitar isso.
Contudo, tanto PTB quando PP têm deputados acusados pela Lava Jato e indicados por corrupção e lavagem de dinheiro. Isso poderia enfraquecer o discurso do presidente no combate à corrupção, o que pode causar réplicas sólidas da oposição.
De qualquer forma, o presidente começa a se movimentar e a fortalecer seu discurso para o ano que vem. João Amoedo afirmou para o podcast Flow que a eleição “será uma guerra” e que “ninguém vai entrar para perder”. Apesar disso, uma terceira via já fica inviável e enfraquecida.
Nos resta esperar e analisar os movimentos.