PT é contra teto de gastos, diz Gleisi Hoffmann
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, disse que o partido é contra o teto de gastos. O projeto para um possível governo também prevê a revisão da reforma trabalhista, aprovada em 2017. Segundo o partido, o teto de gastos é desnecessário, devido ao modelo de desenvolvimento do país. A presidente da sigla também afirmou que diversos países do mundo abandonaram a medida fiscal.O teto de gastos foi alvo de duras críticas da oposição ao presidente. Segundo o próprio PT, durante a votação da PEC dos precatórios, o fato de o governo driblar o teto seria um desrespeito ao equilíbrio fiscal. O partido orientou os deputados a votarem conta a medida, que mesmo com a oposição do PT, foi promulgada pelo governo.
Contra qualquer âncora fiscal
Gleisi Hoffmann afirmou que o partido é contra “qualquer tipo de âncora fiscal”. A medida, que agrada os economistas e o mercado financeiro, é visto como ruim pelo PT. Segundo Gleisi Hoffmann, o modelo de desenvolvimento do Brasil não permite a existência do projeto.
“Quando a economia cresce, o fiscal fica equilibrado. Com a economia depressiva como a que estamos vivendo, nem se tivéssemos três tetos de gastos conseguiríamos ter equilíbrio fiscal. E esse teto de gastos já foi abandonado por todos. Aliás, é um vexame. Ninguém o respeitou”, disse a presidente do PT. Além disso, ela afirmou que o governo não deve cuidar do fiscal do país, mas sim do povo.
Isso porque a pauta política do PT prevê uma economia voltada ao aumento do poder de compra. Recentemente, a um podcast, Lula afirmou que seu maior desejo, caso seja eleito, é poder fazer as pessoas comprarem seus produtos tranquilamente. Apesar disso, especialistas afirmam que não há aumento de poder de compra sem as contas do governo equilibradas. Isso porque os benefícios sociais dependem de um gasto mais responsável do governo. Atualmente, o PT não vê a economia do país como aceitável.
A reforma trabalhista do PT
O PT também critica fortemente a reforma trabalhista aprovada em 2017, durante o governo Temer. Segundo Gleisi Hoffmann, o texto retirou os direitos trabalhistas e enfraqueceu sindicatos. Apesar disso, a conclusão do partido é de que o projeto não foi bom para o Brasil. Isso porque, desde que o Congresso aprovou o projeto, a taxa de desemprego do Brasil sempre ficou acima dos 10%. Atualmente, o valor está em 12,6%.
Por isso, o PT quer mudar o texto do projeto. Dessa forma, o partido buscará aumentar a força dos sindicatos, apoiar o trabalho intermitente e a prevalência do negociado entre empregados e empregadores. “A promessa deles era geração de emprego e desenvolvimento. Passaram-se cinco anos e tivemos desemprego crescendo e não tivemos desenvolvimento no país. Isso mostra que retirar o direito dos trabalhadores não é o caminho”, afirmou Gleisi Hoffmann.
Dessa forma, o PT se junta a Ciro Gomes na luta contra o teto de gastos e a mudança das relações de trabalho. Isso porque, ontem, o candidato do PDT afirmou que o Estado deve ser eficiente e o teto de gastos também deve ser revogado.