Preço do café atinge maior valor em 25 anos e preocupa produtores
O preço do café atingiu o maior valor em 25 anos. A saca do grão estava R$ 843 mais cara no final de 2021 ao comparar com o mesmo mês de 2020.
Em dezembro de 2020, tinha preço base na Bolsa de Valores de Nova York de quase R$ 598,23. Um ano depois, o valor chegou a R$ 1.441,82.
O preço café moído aumentou 7% nas prateleiras do supermercado em novembro de um mês para outro, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em um ano, a alta foi de 42%.
E, em julho, os cafezais sofreram mais um baque com três ondas de geadas. As lavouras atingidas perderam folhas e, em algumas, houve até mesmo morte de plantas.
Motivos da alta
Maior produtor do mundo, o Brasil vende no mercado interno a preço de exportação. Por estar cotado na Bolsa da NY, o grão sofre influência do dólar.
O clima também impulsionou a alta. Escassez de chuva e geadas são apontados por especialistas como fatores no aumento no valor.
Seca vai deixar alimentos mais caros
Energia elétrica, combustível, alimentos… o aumento generalizado de preços na economia já apertou muito o orçamento dos brasileiros, que não estão vendo os seus salários acompanharem o ritmo acelerado da inflação.
Com menos renda disponível e desemprego elevado, as famílias já fizeram substituições e diminuíram a qualidade do prato. E a tendência é de que não haja muita trégua nos próximos meses, diante da maior seca no país em 91 anos.
A falta de chuvas que atinge o campo do Centro-Sul desde 2020 já provocou queda na produção de diversas culturas como café, laranja, cana-de-açúcar, milho, carne bovina, feijão, entre outros.
Não bastasse a redução de oferta, o baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas fez com que o governo acionasse as termelétricas, que produzem energia mais cara, elevando, assim, os gastos de produção das fazendas, indústrias e comércios, causando um efeito em cascata em toda a economia.