De Fazer Chorar! População Brasileira sofre com dívidas e contas atrasadas

O contexto desafiador no qual o país se encontrava, caracterizado pela alta inflação, levou o Banco Central (BC) a elevar as taxas de juros, diminuindo o poder de compra dos consumidores.

A população brasileira continua enfrentando dívidas e contas em atraso. Em abril de 2023, o endividamento alcançou 78,3% das famílias do país, mantendo-se no mesmo patamar dos dois meses anteriores.

No ano anterior, o Brasil registrou o maior percentual de endividados já observado pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

A notícia desfavorável é que a situação financeira das famílias brasileiras não apresentou melhora. Além disso, as perspectivas para os próximos meses não são otimistas.

Conforme a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), responsável pela Peic, o endividamento apresentou uma diminuição nos últimos meses de 2022.

No entanto, o patamar permanece bastante elevado, evidenciando as dificuldades dos brasileiros em cumprir seus compromissos.

Inadimplência e dívidas em atraso. Fonte: Canva
Inadimplência e dívidas em atraso. Fonte: Canva

Veja as taxas de endividamento dos brasileiros nos últimos oito meses:

  • Setembro de 2022: 79,3%
  • Outubro de 2022: 79,2%
  • Novembro de 2022: 78,9%
  • Dezembro de 2022: 78,0%
  • Janeiro de 2023: 78,0%
  • Fevereiro de 2023: 78,3%
  • Março de 2023: 78,3%
  • Abril de 2023: 78,3%

É importante ressaltar que o percentual de endividamento cresceu significativamente no Brasil em 2021, refletindo o impacto da pandemia da covid-19, e a tendência continuou ascendente em 2022, atingindo seu pico em setembro.

O contexto desafiador em que o país se encontrava, com inflação alta, levou o Banco Central (BC) a aumentar os juros, reduzindo o poder de compra dos consumidores.

Entre março de 2021 e agosto de 2022, o BC elevou a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 12 ocasiões consecutivas. Com isso, a taxa atingiu 13,75% ao ano, maior percentual desde novembro de 2016.

Inclusive, nesta semana, o BC manteve pela sexta vez seguida a taxa Selic em 13,75% ao ano, indicando que os desafios no país ainda são intensos.

Maiores dívidas é pelo uso de cartões de crédito. Fonte: Canva
Maiores dívidas é pelo uso de cartões de crédito. Fonte: Canva

Endividamento é maior entre os mais pobres

De acordo com a Peic, os consumidores com as maiores taxas de endividamento em abril foram aqueles com renda mais baixa. Em contrapartida, os consumidores com rendimentos mais altos apresentaram percentuais um pouco menores no mês, porém ainda bastante elevados. Veja os percentuais de endividamento por faixa de renda em março:

  • Renda de 0 a 3 salários mínimos: 79,0%
  • Renda de 3 a 5 salários mínimos: 78,7%
  • Renda de 5 a 10 salários mínimos: 77,8%
  • Renda superior a 10 salários mínimos: 75,3%

Um ano atrás, a situação apresentava-se um pouco distinta. Em resumo, a segunda faixa de renda (de 3 a 5 salários mínimos) possuía o maior percentual de endividados no país (78,8%), enquanto os mais pobres exibiam uma taxa de endividamento de 78,4%. Por sua vez, os mais ricos detinham a menor taxa (74,5%).

É importante ressaltar que, entre abril de 2022 e abril de 2023, a terceira faixa de renda (5 a 10 salários mínimos) mostrou o maior aumento percentual de endividamento (1,2 ponto percentual). Em seguida, vieram os mais ricos (0,8 ponto percentual) e os mais pobres (0,6 ponto percentual).

A única exceção foi a segunda faixa de renda, cujo percentual de endividamento diminuiu 0,1 ponto percentual.

Inadimplência permanece em níveis bastante altos

Tal como o endividamento, o número de famílias inadimplentes também se manteve consideravelmente elevado em abril. Conforme a Peic, três em cada dez famílias apresentavam dívidas atrasadas no país.

Importa dizer que a taxa diminuiu de 29,4% em março para 29,1% em abril. Embora tenha decrescido ligeiramente no mês, a taxa superou em 0,5 ponto percentual o índice registrado em abril de 2022, quando as dívidas atrasadas alcançaram 28,6% das famílias do país.

Convém lembrar que uma pessoa inadimplente é aquela que possui dívidas ou contas em atraso.

Em suma, alguns fatores contribuem para o aumento da inadimplência entre os consumidores, como possuir mais de um cartão de crédito e não prestar atenção à própria saúde financeira e às datas de pagamento das contas.

A Peic ainda apontou que 11,6% das pessoas não terão condições de quitar as dívidas em atraso. Esse percentual aumentou tanto em relação ao mês anterior (11,5%) quanto na comparação com abril do ano passado (10,7%), refletindo o agravamento das dificuldades financeiras no país no último ano.

Por isso, para evitar o endividamento e a inadimplência e não contribuir para o aumento dos números em pesquisas como a Peic, esteja atento à sua situação financeira e contraia dívidas apenas quando necessário.

 

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.