Adeus aos cartões? Pix Parcelado pode dobrar lucros dos bancos
De acordo com um relatório do UBS BB, os bancos podem aumentar suas receitas com o Pix Parcelado, substituindo operações com cartões de crédito.
O Pix, usado por cerca de 150 milhões de brasileiros, tem sido uma das maiores revoluções no mercado de pagamentos nos últimos anos.
Lançado em 2020, a ferramenta de transferências e pagamentos já movimenta R$ 1 trilhão mensalmente, conforme dados do Banco Central.
Com o objetivo de expandir o alcance dessa solução, o BC está desenvolvendo outras funcionalidades para a plataforma, como o Pix Parcelado.
Previsto para ser lançado ainda em 2023, o produto promete competir com os cartões de crédito. A estrutura da solução ainda está em desenvolvimento, mas provavelmente permitirá que os clientes paguem compras parceladas via Pix, com parcelas debitadas mensalmente de suas contas correntes.
Seguindo as regras originais do Pix, esse novo método de pagamento não terá custos para os consumidores, somente para os vendedores.
Em um relatório divulgado no dia 17 de abril, o banco UBS BB estimou o impacto do Pix Parcelado nas instituições financeiras brasileiras. Surpreendentemente, o resultado pode ser bastante positivo.
Quando o Pix foi lançado em 2020, especialistas previam um cenário desastroso para os bancos. No entanto, mesmo com a substituição das transações tarifadas, como DOC e TED, por uma ferramenta gratuita do BC, os bancos conseguiram contornar a queda de receita e ainda prosperar.
Competição com cartões de crédito
Além de impor taxas aos comerciantes que utilizam o Pix, os bancos têm lançado novos produtos relacionados à ferramenta. A maioria das grandes instituições já oferece uma versão de Pix parcelado.
No Itaú, por exemplo, o Pix serve como origem para crédito pessoal. O cliente realiza o Pix, recebe o empréstimo e paga as parcelas mensalmente, com juros. No Nubank e PicPay, as parcelas do Pix são incluídas na fatura do cartão, também com juros adicionais.
O lançamento oficial do Pix Parcelado pelo Banco Central deve auxiliar os bancos a diminuir a dependência do setor de cartões, cujas receitas são majoritariamente concentradas nas adquirentes (empresas responsáveis pelos terminais e processamento de pagamentos) e bandeiras (como Visa e Mastercard).
Para incentivar o uso do Pix Parcelado, os bancos provavelmente oferecerão taxas mais competitivas aos comerciantes do que as cobradas pelos operadores de cartões em transações parceladas.
Conforme o BC, mais da metade dos pagamentos com cartões são feitos em duas ou mais parcelas. De acordo com o UBS, uma operação de R$ 1 mil em 4 parcelas com cartão de crédito rende cerca de R$ 19 aos bancos. Já no Pix Parcelado, um pagamento de R$ 1 mil em 4 parcelas pode render R$ 37 – quase o dobro.
Para os comerciantes, o Pix Parcelado deve ser mais econômico do que um pagamento convencional com cartões, especialmente quando se solicita a antecipação de recebíveis (quando o comerciante opta por receber o valor integral, em vez de parcelado, pagando um percentual ao banco por isso).
Pix Parcelado é vantajoso? Entenda como funciona a operação
O Pix transformou as transações financeiras no Brasil e novidades são constantemente adicionadas ao sistema. Uma modalidade recentemente disponibilizada por alguns bancos digitais é o Pix Parcelado, que permite realizar transações instantâneas e dividir o valor em parcelas.
Com isso, o destinatário recebe o valor integral imediatamente, enquanto o cliente paga o valor parcelado no crédito. O serviço funciona como um crédito pessoal, possibilitando a escolha do número de parcelas e data de vencimento. A inovação já está disponível em várias empresas e bancos digitais brasileiros, como 99Pay, Mercado Pago, Nubank, Recarga Pay, Picpay e Ame.
Vale a pena usar o Pix Parcelado?
O Pix Parcelado pode ser uma excelente opção para quem enfrenta dificuldades financeiras e precisa efetuar um pagamento, sendo apresentado pelos bancos como alternativa rápida. No entanto, é preciso cautela, pois essa modalidade está sujeita a juros.
O Pix Parcelado é oferecido de duas formas pelos bancos. Quando vinculado ao cartão de crédito, o valor entra no limite disponível e pode gerar juros caso a fatura não seja paga no prazo.
A forma mais comum de utilizar o Pix Parcelado é como linha de crédito pessoal, sem envolver cartão de crédito. Nesse caso, o valor enviado instantaneamente também está sujeito a juros, geralmente altos. As taxas cobradas variam conforme a instituição financeira, sendo fundamental verificar as taxas de juros antes de realizar a operação.
Veja a seguir a comparação das taxas de juros do Pix Parcelado das empresas 99Pay, Mercado Pago, Nubank, Recarga Pay, Picpay e Ame.
Taxas da operação
Como mencionado, os juros do Pix Parcelado podem ser elevados e variam bastante entre os bancos. A comparação das taxas entre os concorrentes é crucial para que essa modalidade seja vantajosa.
Para o 99Pay, a taxa é de 3,99%, assim como Mercado Pago e Nubank. A Recarga Pay oferece a menor taxa, com 3,49%. As maiores taxas, e com maior diferença em relação aos concorrentes, são PicPay e Ame, com 4,99% e 5,59%, respectivamente.
A diferença entre as empresas é mínima, exceto PicPay e Ame, mas as taxas podem ser consideradas altas. Ainda assim, o Pix Parcelado pode ser uma boa opção para quem enfrenta dificuldades financeiras, desde que as contas sejam controladas.