Pix: Banco Central estuda novidades para essa modalidade de pagamento; veja quais são

As medidas em análise incluem a portabilidade do saldo rotativo do cartão, o Pix Automático, o BolePix e o Pix Garantido; descubra os detalhes mais relevantes.

O Banco Central (BC) está considerando inovações para o Pix, o popular sistema brasileiro de transferências e pagamentos instantâneos, e também está avaliando a viabilidade de implementar a portabilidade das dívidas do rotativo do cartão de crédito.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, Renato Dias de Brito Gomes, revelou antecipadamente algumas dessas medidas em potencial.

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Confira o que está sendo considerado

Inovações no Pix

Quando se trata do Pix, o BC está considerando a implementação do Pix Automático, que seria uma versão aprimorada do débito automático atual. No momento, este sistema opera por meio de um acordo entre o prestador de serviços e os bancos.

Para utilizar o débito automático, o cliente precisa ser associado a um dos bancos que têm este acordo. Com o Pix Automático, o pagamento poderia ser realizado diretamente.

Segundo o BC, o Pix Automático poderia ser utilizado para serviços de telefonia, energia, streaming, pagamentos recorrentes, e compra de produtos com parcelamento extenso, entre outros exemplos.

BolePix

O BolePix seria uma adaptação do Pix para o formato de boleto – uma reprodução do boleto, na verdade. Nesta proposta, o QR Code seria exibido no formato de um boleto e o cliente poderia realizar o pagamento via Pix. O sistema, no momento do pagamento, informaria se o boleto já foi pago ou não. O BC espera que o BolePix esteja operacional já em 2024.

Pix Garantido

Ainda em processo de elaboração, o Pix Garantido é uma proposta que incentivaria a competição para operações de crédito no ponto de venda.

Na prática, será possível parcelar compras através do Pix, garantindo o recebimento para o vendedor.

Para o diretor do Banco Central, há soluções onde (o consumidor) finaliza uma compra e a empresa se conecta com as instituições financeiras que oferecem a opção de crédito para a conclusão da compra via Pix. Ele ainda acrescenta que como existem muitas oportunidades e ainda não tem clareza de como o modelo de negócios vai se desenvolver,  demos um passo para trás, estamos observando o progresso. Mas é algo que vemos com bons olhos.

Isenção de cobranças no Pix

Mauricio Moura, Diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central (BC), assegurou durante a transmissão ao vivo semanal nesta segunda-feira, 12 de junho, que não existem planos para eliminar o Pix.

Adicionalmente, o diretor enfatizou que não estão sendo realizados estudos para a imposição de taxas nas operações, uma vez que o Pix é um modelo de inclusão financeira.

Moura reafirmou que isso não é uma iniciativa do Governo Federal, mas sim um serviço concebido pelo Banco Central. Com ele, 45 milhões de brasileiros foram integrados às transações eletrônicas. Ele destacou que o Pix é um bem patrimonial dos brasileiros.

Portabilidade do rotativo

Gomes aponta que a portabilidade do rotativo, uma prática já em uso nos Estados Unidos, poderia intensificar a competição. Este modelo daria ao consumidor a liberdade de escolher o banco de sua preferência para liquidar suas dívidas e negociar taxas mais baixas.

O diretor do BC explica que se a dívida do cartão não é transferida de uma instituição para outra, há pouca pressão sobre as taxas de juros. No Brasil, a portabilidade já é uma realidade, no entanto, de acordo com o BC, existem muitos desafios quando se trata de dívidas do rotativo. As taxas de juros do rotativo são extremamente altas. Isso é uma grande preocupação para o governo.

“No BC, também estamos preocupados com esses números tão exorbitantes”, salienta Gomes. Em abril (dados mais recentes disponíveis), as taxas de juros do rotativo de cartão de crédito atingiram 447,7% ao ano, o nível mais alto desde 2017. A inadimplência ultrapassou 51% no mesmo período.

Inclusão e Alfabetização Financeira

Além do Pix, a segunda transmissão ao vivo do BC também discutiu inclusão e alfabetização financeira.

Segundo o diretor, é crucial monitorar os indicadores de inclusão financeira, pois eles impactam a competição no setor bancário. Por outro lado, Moura elogiou a inclusão financeira no país e lembrou que a maioria da população adulta brasileira atualmente possui uma conta bancária.

Em relação à alfabetização financeira, Moura indicou que o país tem potencial para avançar mais nessa área. Ele destacou o programa Aprender Valor, desenvolvido pelo Banco Central para alunos da rede pública de ensino.

Durante a transmissão ao vivo, Mauricio Moura alertou sobre as fraudes relacionadas ao Sistema Valores a Receber (SVR), reforçando que nem o BC nem os bancos solicitam informações pessoais dos clientes, como senhas e números de cartões.

E quanto à inflação?

Quanto ao tópico da inflação, o diretor esclareceu que a escolha de não discutir o assunto, bem como o regime de metas e expectativas de mercado na segunda transmissão ao vivo, deve-se à iminente reunião com o Comitê de Política Monetária (Copom).

Como o Copom tem uma reunião agendada para os dias 20 e 21 de junho, Moura declarou que não seria apropriado tratar do tema “inflação” nesta semana, mesmo que o período de silêncio ainda não tenha começado.

O período de silêncio do Copom começa na quarta-feira da semana anterior à reunião e se estende até a data de publicação da ata, na terça-feira seguinte à reunião. Neste caso, o período de silêncio ocorrerá de 14 a 27 de junho.

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