PIB da China desacelera e bolsas caem
Com a crise energética e a crise das incorporadoras, os dados do PIB da China vieram abaixo do esperado pelo mercado. Apesar disso, o crescimento ainda é grande.
No mercado financeiro, bolsas operam em baixa após a notícia.
PIB da China caiu?
Não, pelo contrário. O PIB da China subiu 4,9% no último trimestre, o que por si só é um dado que dá inveja a muitos países, inclusive o Brasil. Contudo, o número ficou abaixo das expectativas do mercado e, se relacionarmos com o trimestre passado, a diferença é maior ainda.
Isso porque o mercado previa uma alta de 5,1% da economia, que cresce a taxas grandes desde o início do século, quando o país começou sua expansão econômica. Apesar de pouco em percentuais, a diferença de 0,2% representa, na prática, bilhões de dólares e é exatamente isso que afetou o mercado.
Com a crise energética atrapalhando a indústria e os casos das incorporadoras chinesas atrapalhando o trabalho, a desaceleração do PIB, em relação ao último trimestre foi forte. Enquanto no segundo trimestre de 2021 a China cresceu 7,9%, os 4,9% mais recentes decepcionam.
Apesar disso, o PIB da China ainda é um dos que mais cresce no mundo e, com isso, fica conhecida como o “motor do mundo”. Dessa forma, se a China vier a desacelerar fortemente, a economia global vai na mesma tendência.
Bolsas em queda
Com a alta de juros no Brasil, os dados do PIB da China são mais um motivo para os investidores migrarem para o mercado de renda fixa. Com o crescimento diminuindo, mas ainda forte, as empresas daqui podem ser altamente impactadas.
Isso porque as mineradoras e siderúrgicas, como Vale, Gerdau e Siderúrgica Nacional, perdem um grande mercado consumidor e também uma grande fonte de relações comerciais. Isso porque a China é a maior parceira comercial do Brasil e as exportações de produtos primários é a principal fonte.
Por outro lado, com uma economia desacelerando, o consumo de carnes por lá pode diminuir, o que afeta o setor de frigoríficos. Marfrig, JBS, BRFoods e Minerva são as empresas que representam o setor no Ibovespa. Dentre os ativos, apenas Marfrig opera em leve alta. O restante opera em baixa.
Economia com medo
Apesar de afetar o Brasil, o PIB da China caindo preocupa, na verdade, o mundo todo. Por isso, é importante saber como o mercado vai reagir agora.
Dessa forma, espera-se algum estímulo do Banco da China ou do governo em geral para tentar desacelerar menos ou, quem sabe, aumentar o ritmo de crescimento no longo prazo. Apesar de saber que isso não tem como se manter para sempre, o mercado teme uma queda brusca da economia por lá.
As recentes intervenções do governo nas criptomoedas e no setor de tecnologia afetaram o crescimento do país também. Além disso, a cadeia de suprimentos e a falta de chips e semicondutores também atrapalharam o país.
Apesar disso, ainda é cedo para afirmar que um colapso global está por vir. A inflação no mundo e a queda da economia são uma realidade.