Manifestações neutras geram pouca adesão

Nesse domingo (12) diversas cidades do Brasil apresentaram manifestações contrárias a Jair Bolsonaro.

Apesar disso, os atos não contaram com a participação da esquerda, pois os ativos foram contra candidatos do PT.

O contexto

No contexto da tensão entre os três poderes, os atos a favor do impeachment de Jair Bolsonaro tomaram as ruas do país.

Dessa forma, o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua organizaram, de forma independente, as movimentações do último domingo.

Apesar de ser antigoverno, o movimento também se posicionou contrário aos interesses da esquerda brasileira, mirando principalmente em PT e PSOL.

O que querem os manifestantes

Além do desligamento do presidente Jair Bolsonaro, os manifestantes alegam que a inatividade da Câmara e os altos preços estão inviabilizando o crescimento do país.

Por isso, os manifestantes são contrários à não abertura dos mais de 130 pedidos de impeachment do presidente. Para eles, Arthur Lira seria “cúmplice” de Bolsonaro e estaria fechando os olhos para esse problema.

Além disso, a alta dos preços, principalmente gasolina, alimentação e energia elétrica, foram altamente abordados nos atos.

Por último, os movimentos apoiam a democracia brasileira e buscam protegê-la.

Misturou tudo

Como o movimento é “nem Bolsonaro, nem Lula”, não há uma homogeneidade no público desses atos.

Por isso, políticos como Ciro Gomes (PDT) e João Amoedo (NOVO), apesar de terem concepções políticas opostas, se juntaram para protestar em favor do movimento.

Por causa disso, analistas acreditam que a baixa adesão do movimento seja decorrente da falta de identificação entre a população e o movimento heterogêneo.

O movimento também foi palco de discussões entre os dois lados: esquerda de Lula e direita de Bolsonaro. Para os manifestantes, ambos os candidatos não querem o desligamento de Bolsonaro da presidência.

Isso faz com que movimentos surjam como uma “terceira via”.

Para o lado do presidente, os motivos são óbvios. Para o lado de Lula, acredita-se que apenas um confronto direto com Bolsonaro poderia colocar o ex-presidente no poder novamente.

(Photo by Alexandre Schneider/Getty Images)

O papel do centrão

Para os manifestantes, o “centrão” estaria segurando Bolsonaro na presidência. Isso porque os processos de desligamento não foram abertos e, por outro lado, o setor não se coloca ao lado da esquerda para barrar o governo. Assim, o centrão estaria falhando.

Na visão de analistas políticos, a inatividade do centro se deve à incógnita de Mourão sobre seus preceitos, ou seja, não se sabe quais pautas econômicas, sociais e políticas o atual vice presidente defende.

Por isso, o cenário mais provável, hoje, é de que, apesar da pressão, não haja impeachment contra Bolsonaro.

Baixo movimento

Nas ruas do país, os atos não somaram o mesmo número de manifestantes pró-governo.

Seja pela falta de identidade, seja pela maior propensão de ficar em casa, devido ao coronavírus, que esses grupos têm, comparando ambos os movimentos, Jair Bolsonaro levaria vantagem no quesito mobilização.

Apesar disso, pesquisas mostram a popularidade do chefe do Executivo em queda. Em cenários simulados, a derrota de Bolsonaro é quase unânime.

 

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