Lula não nega rumores sobre chapa com Alckmin
Em campanha pela Europa, o ex-presidente Lula não descartou, ao ser questionado, uma chapa em 2022 com Geraldo Alckmin (PSDB-SP). As suspeitas levantam diversos questionamentos no meio político e mostra uma busca do PT por apoio do “Centrão“.
Apesar disso, nenhum do dois políticos confirmam explicitamente o boato, mas parece ser uma realidade para quem está nos bastidores.
Lula na Europa
O ex-presidente Lula está na Europa para buscar apoio internacional à sua candidatura e se mostrar ao mundo novamente. Nos discursos são comuns as cenas de aplausos de pé da plateia após as falas dele. Além disso, ele aproveitou o momento para fazer duras críticas ao atual presidente Jair Bolsonaro.
Alckmin e Lula foram adversários nas eleições de 2006. Na época, Lula saiu vencedor e, como toda disputa eleitoral, as acusações foram de um lado a outro. Apesar disso, em suas redes sociais, o ex-presidente falou sobre o antigo adversário e, para isso, usou a metáfora do futebol. “Política é como futebol, você dá uma canelada no cara, ele cai chorando de dor, mas depois que termina o jogo, eles se encontram, se abraçam, vão tomar uma cerveja e discutir o próximo jogo. Política é assim. Nas divergências todo mundo joga bruto porque quer ganhar”, publicou.
Lula ainda disse que não definiu seu vice, porque ainda não discutiu a sua candidatura. Contudo, o ex-presidente é líder em todas as pesquisas de primeiro e segundo turnos em cenários para 2022. Por outro lado, uma chapa PT-PSDB levanta alguns questionamentos dentro do partido de Alckmin.
Sobre Alckmin especificamente, Lula disse que tem “uma extraordinária relação de respeito com Alckmin, eu fui presidente quando ele foi governador, nós conversamos muito. Não há nada que aconteceu entre eu e Alckmin que não possa ser reconciliado“.
PSDB ficou perdido no caminho?
Em prévias para a presidência da república, o PSDB vota, ainda nesse mês, quem será o seu candidato na corrida eleitoral de 2022. Segundo as pesquisas, Eduardo Leite deve ser o representante, mas João Dória aparece colado no candidato gaúcho. Arthur Virgílio parece isolado.
Com isso, o partido entraria com um candidato ao mesmo tempo que entra como vice em outra chapa? Esse é o questionamento levantado por analistas políticos e pelos próprios partidários de Alckmin, suposto vice de Lula. O partido seria a saída de Lula para ter apoio do centro, mesmo movimento que Bolsonaro busca fazer ao se afiliar ao PL (apesar de a filiação ter sido adiada, devido a problemas políticos entre as partes).
Por isso, os candidatos, que já tem seus votos de “fiéis”, buscam se aproximar dos indecisos e dos que querem uma “terceira via” para angariar votos. Todos são unânimes em afirmar que é muito cedo para pesquisas e que os candidatos ainda precisam discutir propostas para o país para 2023 em diante.
Apesar disso, Lula faz discursos fortes contra o atual governo e fala sobre o futuro do país como se fosse um presidenciável. Há pouco, o ex-presidente falou na SciencesPo em Paris. Como de praxe em seus discursos, afirmou que o Brasil precisa olhar para frente e atacar as desigualdades sociais. Não foi a primeira vez que foi aplaudido de pé pela plateia.
Com essa nova cara, Lula busca apoio internacional, de forma a ter uma cara mais “pró-mercado” para uma possível corrida eleitoral.