Leite e derivados ficam mais caros; veja motivos para a forte alta
A inflação do país variou 1,62% em março e encerrou os 12 meses acumulando uma forte alta de 11,30%. Esse é o maior índice para 12 meses desde outubro de 2003 (13,98%), ou seja, em mais de 18 anos. E o leite, que é um dos principais alimentos da mesa dos brasileiros, ajudou com esse avanço nos últimos meses.
Em resumo, o preço do leite longa vida, vendido em caixa, e do queijo acumulou alta de quase 15% nos 12 meses encerrados em março. Já o iogurte e as bebidas lácteas acumularam uma aumento de 18%, enquanto o requeijão ficou 20% mais caro no país.
Todos estes resultados impulsionaram a inflação no país. Aliás, os consumidores do Brasil precisam preparar o bolso, porque a expectativa é que os preços do leite subam ainda mais nos próximos meses.
De acordo com especialistas, tanto o leite quanto os seus derivados costumam ficar mais caros entre abril e junho, período de entressafra. Em resumo, essa é a época em que chove menos no país e os custos de produção tendem a ficar mais elevados. Assim, os produtores repassam esses aumentos para os comerciantes, que os direcionam para o consumidor final.
Custos de produção e oferta reduzida encarecem o leite
Os produtores de leite do país afirmam que os custos de produção não param de subir. Em suma, a seca e a pandemia da Covid-19 afetaram fortemente a produção nacional de leite, pressionando os preços dos seus derivados. Agora, a guerra entre Rússia e Ucrânia está elevando os custos do setor no mundo inteiro.
Dessa forma, com uma produção mais cara, a oferta de leite e derivados acabou diminuindo no país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o abate de bovinos sofreu forte redução em 2020 e 2021. Isso ocorreu devido à retenção de fêmeas para o abate.
Isso até poderia elevar a oferta de leite, mas a retenção é para atividades reprodutivas. Em síntese, o preço internacional de bezerros teve forte alta, e isso provocou a retenção das fêmeas. No entanto, não se reverteu em aumento da produção de leite.
Vale destacar que os grãos, utilizados na alimentação dos bovinos, ficou mais caro, assim como os fertilizantes e os combustíveis. Todos estes fatores influenciam os custos de produção dos gados. Inclusive, a guerra na Ucrânia é a principal responsável por todos estes aumentos.
Por fim, o clima seco ou com chuvas intensas também piorou a qualidade dos grãos e dos pastos. A energia elétrica no país também está bem alta desde o ano passado, e ela é bastante utilizada na refrigeração do leite. Em outras palavras, o consumidor precisa preparar o bolso para continuar pagando caro para ter leite e seus derivados em casa.
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