Japão tem novo primeiro-ministro
A segunda maior economia da Ásia tem um novo primeiro-ministro. Fumio Kishida foi eleito pelo Parlamento do país como o 100° líder do Japão.
Ele tem um perfil mais moderado, mas parece não ter alegrado o mercado financeiro.
Quem é Kishida?
O primeiro-ministro do Japão é conhecido por ser herdeiro de uma família de políticos ligados ao PLD, Partido Liberal Democrata.
A sigla domina a política japonesa desde 1955 e tem forte influência nas decisões do país.
Além disso, Kishida foi ministro das Relações Exteriores de 2012 a 2017. Em sua campanha, ele buscou focar o discurso no combate da pandemia, que teve grande insatisfação por parte da sociedade japonesa.
O antigo ocupante do cargo, Yoshihide Suga, teve a popularidade em queda quando anunciou medidas de restrição e isolamento social. Além disso, a imagem do país ficou comprometida na realização das Olimpíadas nesse ano, que, segundo oposicionistas, colocou em risco a saúde da população.
Além disso, uma queda do PIB do Japão favoreceu a candidatura de Kishida, que se comprometeu com o desenvolvimento econômico do país.
Porque é relevante?
A eleição do primeiro-ministro do Japão é relevante porque a economia é importante no mercado financeiro mundial e o mercado vê nela uma grande estabilidade.
Por isso, os movimentos da política japonesa afetam grande parte das economias chinesa e americana. Como o país é um polo tecnológico desenvolvido, a sua capacidade de exportação faz com que países dependam de sua produção.
Por outro lado, o país faz diversos acordos bilaterais e participa de assembleias importantes que tratam de assuntos relevantes, como sustentabilidade. Além disso, o país é líder na acusação contra a China por genocídio de muçulmanos.
Na economia, Kishida afirma que é necessário fazer uma redistribuição da riqueza no país, o que mostra sua cara mais voltada a uma intervenção social do Estado.
Além disso, o primeiro-ministro também pretende mudar a data das eleições gerais. A data anterior seria no dia 28 de novembro, onde as eleições para os demais cargos deveria ocorrer. Agora, a NHK afirma que Kishida pretende fazer isso no dia 31 de outubro.
Como a sigla vem dominando há anos a política do país, analistas não esperam surpresas nas eleições. Isso porque os resultados favorecem o PLD desde 1955, e o partido tem amplo apoio e maioria no Parlamento.
Como reagiu o mercado?
A eleição de Kishida parece não ter sido bem recebida no Japão. Apesar da crise internacional, o primeiro pregão do primeiro-ministro não teve bons retornos.
O índice da bolsa japonesa, Nikkei, operou em queda de 1,13% hoje, entrando em sua quinta queda consecutiva. Desde o dia 27 de setembro, o índice perdeu 5,94%, uma queda expressiva se compararmos com o Ibovespa, que perdeu 2,82%.
Apesar disso, o mercado já começa a rever as previsões e fica de olho na política econômica do novo chefe. Um maior gasto governamental e uma maior fiscalização em certas áreas são previstas, mas não devem afetar de forma significativa a economia.