Itaú prevê queda no PIB para 2022
Um relatório lançado nesta segunda-feira (25), pela gestora Itaú, mostrou as previsões do banco para o cenário brasileiro para o fim do ano e o ano que vem. Como se pode imaginar, as perspectivas não são boas.
Dessa forma, é interessante ver como as grandes instituições estão pensando o país e como você pode proteger o seu patrimônio.
Como pensa o Itaú?
O relatório começa analisando o cenário atual da economia brasileira, de acordo com as notícias da última semana. As consequências da semana passada, conforme a nota, incidirão sobre a economia no ano que vem. E isso mexe com o PIB e os déficits do Governo Federal.
Segundo a nota, o Itaú espera um déficit primário de 1,5% do PIB. O déficit agrega as receitas e as despesas do governo, sem contar a dívida pública (Tesouro). Dessa forma, o país ficaria ainda mais endividado, o que pode pressionar as taxas de juros para cima.
E por falar em taxas de juros, a nota afirma que “o BCB [Banco Central do Brasil] enfrenta a difícil situação de ter que acomodar choques sucessivos sem perder credibilidade, e mantendo as expectativas de inflação de médio prazo alinhadas às metas”. Por isso, a alta da inflação pressionará as taxas de juros para cima, mas o BC segue mantendo as expectativas de inflação para o médio prazo. Por isso, o Itaú prevê uma Selic a 9,25% no fim do ano e taxas ainda maiores para o primeiro trimestre do ano que vem, na casa dos 11,25%.
Isso seria suficiente?
Segundo a nota, não. Isso porque o aumento da taxa de juros não deve cobrir o prêmio de risco de investir no Brasil, que tem políticas fiscais frágeis e, também, estará em ano de eleição.
Por isso, segundo a nota, a saída dos investidores deve ser uma realidade, deixando o dólar na casa dos R$5,50 no fim do ano. Para o final do ano de 2022, o câmbio estará em R$5,25, segundo a nota.
Além disso, vale lembrar que a economia é um elo entre diferentes áreas, o PIB não passará longe das notícias ruins. Para o banco, o PIB cairá 0,5% em 2022, ante perspectiva de +0,5% na nota anterior. Com isso, o Brasil passará a enfrentar um cenário de “recessão moderada”. A nota segue afirmando que o desemprego deve fechar 2021 na casa dos 12,2%, enquanto para 2022 o desemprego aumentará para 13,3%.
Por outro lado, os dados para o IPCA foram de 4,2% para 4,3% em 2022, pressionando ainda mais os preços no país, mantidos em forte alta, segundo a nota, devido à fraqueza do real. Para esse ano, o IPCA esperado pelo banco é de 9%.
A nota finaliza afirmando que “essa revisão de cenário foi motivada pela forte mudança recente nos preços e perspectivas para os ativos brasileiros, com suas consequências para a inflação e para a política monetária”. Porém, o Itaú afirma que as reformas administrativas poderiam reduzir os riscos do Brasil, atraindo maior confiança dos consumidores e do mercado em geral.