Inflação, juros e eleições presidenciais aumentam incerteza no Brasil

O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) subiu 0,2 ponto em julho deste ano, na comparação com o mês anterior. Esse resultado mostra que o índice se manteve praticamente estável e o fez alcançar 120,8 pontos, maior nível em quatro meses.

Em resumo, taxas superiores a 100 pontos indicam que há incerteza econômica no país. Aliás, a faixa acima de 120 pontos mostra que a incerteza no país não é apenas superficial, mas se encontra em nível razoável.

A saber, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta sexta-feira (30).

“O Indicador de Incerteza ficou praticamente estável em julho, acima dos 120 pontos, um patamar historicamente elevado”, disse a economista do FGV Ibre, Anna Carolina Gouveia.

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Veja o que vem causando incerteza no Brasil

Segundo Carolina Gouveia, há vários fatores que explicam o nível elevado da incerteza no Brasil. Em suma, há três principais razões para esse resultado: inflação, juros e proximidade das eleições presidenciais. Todos eles têm o poder de enfraquecer o crescimento econômico do país, por isso que a incerteza teima em se manter elevada.

“O resultado continua sendo influenciado pela pressão inflacionária no Brasil e no mundo e à política de aperto monetário global, colocando em xeque o crescimento mundial nos próximos meses”, explicou a economista.

“No Brasil, adicionalmente, houve piora do cenário fiscal para 2023, e do cenário político, com a proximidade das eleições presidenciais. Diante deste cenário, é possível que o indicador continue a oscilar em níveis ainda elevados nos próximos meses”, acrescentou Carolina Gouveia.

Por fim, vale destacar que os dois componentes que formam o indicador de incerteza da economia seguiram sentidos opostos em julho. Enquanto o componente de mídia subiu 3,0 pontos, para 117,7 pontos, o componente de expectativas despencou 11,1 pontos, para 124,7 pontos.

“Apesar do forte recuo do componente de Expectativa do IIE-Br no mês, este indicador se mantém em patamar elevado, refletindo as heterogeneidades das previsões dos especialistas para variáveis chaves na economia. O recuo de julho devolve apenas 31% da alta de 36,2 pontos do IIE-Br Expectativa entre fevereiro e junho”, destacou Carolina Gouveia.

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