Inflação, juros e desemprego derrubam confiança do consumidor

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 3,1 pontos em maio, na comparação com o mês anterior. Com isso, o indicador recuou para 76,3 pontos, permanecendo em um nível historicamente baixo. E isso aconteceu por causa dos desafios que os brasileiros vêm enfrentando.

Nem mesmo a melhora no quadro da pandemia no país e as medidas econômicas do governo federal aumentaram o otimismo dos brasileiros. A saber, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quarta-feira (25). 

“Os últimos resultados da confiança do consumidor mostram que apesar da melhora da pandemia e do pacote de incentivos para alívio da pressão financeira das famílias, a inflação e a dificuldade de obter emprego continuam impactando negativamente as famílias,  principalmente as de menor renda”, disse a coordenadora das Sondagens da FGV, Viviane Seda Bittencourt.

“Além disso, há uma preocupação com as perspectivas futuras que serão afetadas por um ano eleitoral que promete ser bastante acirrado. O cenário para os próximos meses não sinalizam uma tendência clara de recuperação, principalmente diante dos desafios expostos”, acrescentou a coordenadora.

Brasileiros enfrentam muitos desafios em 2022

O aumento do pessimismo registrado em maio reflete um pouco dos desafios da população em 2022. Em resumo, o Brasil é um dos poucos países do mundo com taxas em dois dígitos de inflação, juros e desemprego. Aliás, entre as grandes nações do planeta, apenas a Turquia se encontra nessa mesma situação.

A saber, a taxa de desemprego ficou em 11,1% no primeiro trimestre, atingindo 11,9 milhões de pessoas. Esse percentual é bastante elevado, apesar de estar longe do recorde registrado no primeiro trimestre de 2021 (14,7% ou 14,8 milhões de pessoas).

Já a inflação anual no Brasil chegou a 12,13 % em abril, maior índice para 12 meses desde outubro de 2003 (13,98%). Isso quer dizer que o custo de vida também está mais alto no país, ou seja, a população precisa pagar mais caro para adquirir bens ou contratar serviços. O problema é que o desemprego segue elevado.

Por fim, a taxa básica de juro da economia, a Selic, já subiu dez vezes consecutivas desde março do ano passado. Neste mês, a taxa chegou a 12,75% ao ano, maior patamar desde 2017. Em suma, a Selic sobe para desaquecer a economia através da redução do poder de compra do consumidor, uma vez que o crédito fica mais caro. Com isso, tenta segurar a inflação.

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