Indústria brasileira recua com aumento dos custos de produção

A produção industrial do Brasil recuou 0,4% em junho deste ano, na comparação com o mês anterior. O recuo sucede quatro meses de avanço e é a primeira queda desde janeiro deste ano, quando o setor retraiu 1,9%. Aliás, no primeiro semestre de 2022, a indústria brasileira teve queda de 2,2%.

“A indústria não havia recuperado a perda de janeiro (-1,9%) mesmo com os quatro meses de crescimento em sequência, período em que houve alta acumulada de 1,8%. Com o resultado de junho, há uma acentuação do saldo negativo no ano (-0,5%) quando comparado com o patamar de dezembro de 2021”, explicou o gerente da pesquisa, André Macedo.

“Isso reflete as dificuldades que o setor industrial permanece enfrentando, como o aumento nos custos de produção e a restrição de acesso a insumos e componentes para a produção de bem final“, acrescentou. Aliás, boa parte da indústria brasileira vem sofrendo com esse cenário há meses.

Segundo Macedo, “o comportamento da atividade industrial tem sido marcado por paralisações das plantas industriais, reduções de jornada de trabalho e concessão de férias coletivas“. Tudo isso impacta negativamente na produção industrial, que se mostra mais fraca em 2022, na comparação com o ano passado.

A saber, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o responsável pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM). A série histórica teve início em janeiro de 2002 e, de lá pra cá, informa o desempenho da produção industrial do país mensalmente.

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Juros elevados também enfraquecem a indústria brasileira

Além dos problemas com os altos custos e a falta de insumos, a indústria brasileira ainda sofre com os juros elevados no país. Em resumo, a taxa básica de juro da economia alcançou o maior patamar desde 2016. E a expectativa é que a taxa suba pela 12ª vez consecutiva nesta semana.

As famílias também sofrem com a redução da renda, que continua limitando o consumo no país. Isso sem falar no alto número de desempregados no Brasil, apesar da melhora dos dados nos últimos meses.

“Há a taxa de juros elevada, a inflação que segue em patamares altos, a diminuição da renda das famílias e, ainda que a taxa de desocupação venha caindo nos últimos meses, há um contingente de aproximadamente 10 milhões de desempregados no país”, disse Macedo.

“A característica dos postos de trabalho que estão sendo criados aponta para uma precarização do mercado de trabalho e isso é refletido na massa de rendimento, que não está crescendo. Todos esses aspectos são fatos importantes na nossa análise e ajudam a explicar esse saldo negativo do setor industrial”, concluiu o gerente da pesquisa.

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