Ibovespa sobe pela terceira vez, mas ainda tem alerta
O Ibovespa subiu mais um pouco nessa quinta-feira (23), recuperando os patamares do dia 17 de setembro, sexta-feira passada.
Apesar disso, o mercado segue de olho nas notícias internacional e no cenário político brasileiro.
O cenário de fora
No mundo, as notícias que movimentaram o Ibovespa vieram principalmente dos Estados Unidos e da China.
No caso dos americanos, um adiamento da retirada de estímulos poderia ter afetado os rendimentos. Porém, o mercado se ateve à informação de que haverá a parada de compras de títulos pelo FED, banco central americano.
Apesar disso, o adiamento da compra de títulos se deve à aceleração econômica mais baixa que o previsto e, por isso, não existe previsão de grandes subidas nos índices por lá.
Na China, o fantasma Evergrande continua dando as caras por aqui. Por lá, o cenário é turbulento, pois os bancos chineses e japoneses já se preparam para uma falência da empresa. Por outro lado, os rumores de que o governo do país tomará a dívida e levará parte da empresa ganham mais força.
Contudo, o mercado ainda trabalha com suposições, e a falta de informações oficiais, típico do governo chinês, atrapalha uma retomada dos índices no mundo todo.
Vale lembrar que uma possível falência da incorporadora por gerar uma falta de demanda de minério de ferro no mundo, o que prejudica as exportações brasileiras, principalmente das ações de Gerdau, Siderúrgica Nacional e Vale.
No Brasil
Por aqui os precatórios seguem nos olhares do Ibovespa. Além disso, a crise hídrica também está no plano de fundo da economia nacional.
O ministro Paulo Guedes, e os presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, parecem ter negociado uma saída para os precatórios. Segundo a solução, seria efetuado o pagamento de metade do valor, enquanto a outra metade seria parcelada ou acordada com os detentores da dívida.
Apesar disso, analistas financeiros criticam, pois acreditam que a solução servirá para financiar medidas eleitorais de Bolsonaro, podendo impactar mais ainda na inflação e na saúde fiscal do país.
Por outro lado, os baixos níveis dos reservatórios já podem começar a afetar o crescimento da indústria e do comércio no Brasil. Apesar de ainda não termos dados de racionamento ou apagão, as tarifas mais altas devem começar a afetar a quantidade da produção nos próximos relatórios ao mercado.
Com isso, o Ibovespa subiu cerca de 1,5% hoje, levantando principalmente pelas ações de Embraer, Usiminas e Ultrapar.
No outro lado, as maiores quedas ficaram por conta de EZTEC, Cyrela e Magazine Luiza.
Amanhã (24), no último pregão, a bolsa não deve ter notícias impactantes que expliquem grandes altas ou decidas, mas quaisquer movimentos nos assuntos que já cerceiam o mercado pode mexer nos ânimos dos investidores.
Bons investimentos!